Certificações do mercado financeiro: quem pode cuidar do seu dinheiro?

Com o interesse crescente dos brasileiros por investimentos, o mercado financeiro precisa se adaptar e formar profissionais para apoiar quem chega ao universo dos investimentos. Para você, é interessante entender como funcionam as certificações dos profissionais da área para saber quem de fato tem qualificação para ocupar um cargo que pode alterar o rumo do seu dinheiro. 

Por que as certificações são importantes?

Atuar no mercado financeiro exige responsabilidade e conhecimento técnico. Afinal, o profissional vai lidar com um patrimônio que você se esforçou para conseguir. Médicos e advogados precisam de uma certificação para atuar no Brasil, o mesmo acontece com o profissional do mercado financeiro. “A certificação é uma maneira de garantir que o profissional tem, de fato, conhecimento e está respaldado por uma entidade”, explica Edgar Abreu, CEO da 4U Edtech. FRASE

Ter um diploma na área não é uma garantia de que a pessoa nunca vai errar ou que, seguindo suas recomendações, o lucro do investidor será fora da média. O “carimbo” serve para garantir ao investidor que ele será assistido por alguém que conhece o mercado e que está sendo observado por uma entidade, que pode puni-lo caso viole alguma regra. 

Anbima, Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), Associação Nacional das Corretoras de Valores (Ancord) e CFA Society Brazil são algumas das principais entidades credenciadas pela CVM a certificar profissionais do mercado financeiro. 

Principais certificações 

CPA-10

A Certificação Profissional Anbima Série 10 é destinada a quem trabalha fornecendo informações sobre investimentos diretamente a clientes. É muito usada em bancos, que geralmente exigem para quem trabalha em agências e até mesmo no atendimento online via chat. 

CPA-20

É uma certificação que habilita o profissional a trabalhar com investidores qualificados, aqueles que têm mais de R$ 1 milhão em investimentos. Os profissionais com essa certificação geralmente trabalham nos segmentos “private” dos bancos. 

CEA

É considerada a evolução da CPA-20. Os profissionais buscam a Certificação Anbima de Especialistas em Investimento para trabalhar ajudando os clientes a escolher produtos conforme perfil e objetivos. 

CNPI

É o Certificado Nacional do Profissional de Investimentos. Sempre que você acessar um relatório de recomendação, seja de ação, fundo imobiliário ou até de produtos de renda fixa, ele deverá ser assinado por um profissional com esse certificado. Todos os analistas de investimentos precisam ter esse carimbo. 

AAI

O profissional que tem esse selo no currículo pode atuar como agente autônomo, posição também chamada de assessor de investimentos. O agente é vinculado a uma corretora, vende seus produtos financeiros e ganha uma comissão por isso. 

CGA

A Certificação de Gestores Anbima é necessária para quem quer gerir um fundo de investimentos. O gestor é quem decide o que o fundo vai comprar ou vender e pode trabalhar em gestoras e instituições independentes. 

CFP

É a sigla em inglês para Planejador Financeiro Certificado. É o profissional que auxilia o investidor na composição da carteira e no planejamento de gastos do dia a dia. 

Cuidados nas redes sociais 

É muito comum ver recomendações de investimentos no YouTube, Twitter ou Instagram. Porém, é preciso ter cuidado com a dica e principalmente se perguntar o motivo de o influenciador indicar algum ativo. “Um profissional credenciado pode fazer uma recomendação, mas pode ser intimado para informar as bases daquilo, precisa ter um relatório que justifique a posição”, explica Francisco D’Orto, presidente do Conselho Diretor da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais). 

Ou seja, o profissional certificado tem liberdade para fazer recomendações, mas se houver qualquer suspeita sobre suas intenções para a divulgação de um material, ele deve prestar esclarecimentos. Ainda é preciso ficar atento com quem não tem certificação, já que fazer uma recomendação sem o aval dos órgãos reguladores é crime.

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