Ibovespa não consegue aproveitar melhora local e fecha em queda de 0,31%; dólar cai 0,73%, a R$ 5,36

Bolsa de valores hoje: veja como se comportam o Ibovespa e o dólar nesta quinta-feira (13) e o que movimenta os ativos

O Ibovespa teve nova sessão de queda e volume comprometido hoje, conforme as incertezas internas e os juros elevados no exterior seguem tirando atratividade do índice. No entanto, o referencial se afastou de mínimas intradiárias após falas dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, serem bem recebidas pelo mercado.

Ibovespa hoje

No fim do dia, o índice recuou 0,31%, aos 119.568 pontos, renovando seu menor patamar no ano. Nas mínimas intradiárias, tocou os 119.171 pontos, e, nas máximas, os 120.222 pontos.

O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 13,57 bilhões no Ibovespa e R$ 18,31 bilhões na B3. No pregão anterior, a bolsa apresentou forte queda, ao menor nível para um fechamento desde novembro.

Dólar hoje

O dólar à vista exibiu depreciação firme nesta quinta-feira, após comentários dos ministros da Fazenda e do Planejamento, Fernando Haddad e Simone Tebet, que ajudaram a reduzir a percepção de risco com a seara fiscal.

Diante de uma leve retirada dos prêmios de risco, o real se valorizou e apresentou um dos melhores desempenhos da sessão, apenas atrás do peso mexicano.

Terminada a sessão no mercado à vista, o dólar exibiu desvalorização de 0,73%, a R$ 5,3670, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,3627 e encostado na máxima de R$ 5,4154. Já o euro comercial recuou 1,35%, a R$ 5,7636. Perto do fechamento do mercado, o real se valorizava 3,51% contra o peso colombiano, 0,76% ante o peso chileno e recuava 0,98% contra o peso mexicano. Já o índice DXY tinha alta de 0,54%, aos 105,208 ponto.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta quinta-feira sem sinal único. Em uma nova sessão de queda dos rendimentos dos Treasuries de longo prazo, o setor de tecnologia encontrou espaço para exibir ganhos adicionais e, assim, levar tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq a novas máximas históricas.

No fim dos negócios em Wall Street, o índice Dow Jones encerrou em queda de 0,17%, aos 38.647,10 pontos; e o S&P 500 subiu 0,23%, para 5.433,74 pontos. Já o índice eletrônico Nasdaq teve alta de 0,34%, aos 17.667,56 pontos.

O ambiente macroeconômico nos Estados Unidos deu novas demonstrações de desaceleração econômica, o que pode dialogar com a percepção de juros mais baixos. O aumento acima do esperado dos pedidos semanais de seguro-desemprego se somou aos números abaixo do esperado da inflação ao produtor de maio.

Não por acaso, importantes instituições financeiras passaram a projetar que a inflação de gastos com consumo (PCE) pode ficar abaixo de 0,2% em maio, o que seria um sinal bem-vindo de desinflação para o Federal Reserve (Fed).

A curva de juros reagiu a essa percepção, queda firme das taxas ao longo de toda a estrutura a termo, especialmente nos vértices longos, que costumam ter mais correlação com os mercados acionários.

Apesar disso, o movimento desta quinta-feira nas bolsas americanas foi bastante diferente da valorização observada no dia anterior, ao ser apoiado, em especial, por empresas com grande valor de mercado. Na sessão, as ações da Nvidia subiram 3,52%; as da Microsoft ganharam 0,12%; e as da Apple tiveram alta de 0,55%.

Bolsas da Europa

As bolsas da Europa fecharam em queda hoje em um movimento de correção depois da forte alta de ontem provocada pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de maio que ficou abaixo do esperado e trouxe euforia ao mercado, que elevou o potencial de mais cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) nos EUA.

Com o mercado europeu já fechado ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell jogou um balde de água fria nos investidores ao precificar apenas um corte de juros em 2024, elevar a previsão de inflação para 2024 e 2025 e dizer que os cortes ainda estão distantes.

Para Sophie Lund-Yates, analista-chefe de renda variável da Hargreaves Lansdown, as expectativas para o número de cortes nas taxas este ano caíram para apenas um, à medida que os membros do Fed deixaram muito claro que o afrouxamento monetário não é uma prioridade até que haja um sinal claro de que é isso que a economia precisa.

Além do tom mais conservador do Fed ontem, também pressionaram as bolsas uma queda inesperada na produção industrial da zona do euro de 0,1% em abril, depois de um crescimento de 0,5% em março. A expectativa era de crescimento de 0,2%.

Nem dados mais suaves do índice de preços ao produtor de maio dos EUA, que caiu 0,2% e um aumento nos pedidos iniciais de seguro-desemprego para 242 mil na semana passada animaram as bolsas.

No fechamento, o índice Stoxx caiu 1,31% a US$ 516,04 pontos, a bolsa de Londres recuou 0,61% a 8.165,25, o Dax de Frankfurt perdeu 1,97% a 18.263,94 e o CAC 40 de Paris tinha queda de 1,99% a 7.708,02.

No front corporativo, pressão veio da Intermediate Capital (-3,17%), Land Securities (-1,33%), JD Sports (-1,41%), London Metric (-2,16%) que estão sendo negociadas sem direito a dividendo. Já a construtura recuou Crest Nicholson recuou 11,63% depois de cortar os dividendos ao registrar perdas no primeiro semestre do ano, reduzindo suas expectativas de lucro para todo ano.

Com informações do Valor Econômico