Apoio a Bolsonaro no segundo turno: veja lista completa, em que Zema e Moro são destaques

Bolsonaro conseguiu apoio de nove governadores e 26 senadores no segundo turno; veja lista

Após uma primeira semana de outubro na busca de apoio à sua reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) encontrou alento em uma forte base de governadores em estados-chave para tentar virar votos nas eleições de 2022. Nos destaques de quem declarou apoio a Bolsonaro, há um pelotão de senadores eleitos, ex-membros da Lava-Jato, deputados federais e prefeitos.

Assim, a estratégia da campanha de Bolsonaro tem sido usar a vitória nas eleições gerais, com aumento das bancadas temáticas e de partidos aliados — PL, PP, Republicanos, PSC e PTB — para convencer o eleitor de que o presidente governaria com mais “paz” seguindo a nova formação do Congresso Nacional. Portanto, as propagandas eleitorais do candidato para o segundo turno refletem essa decisão de campanha.

Veja, logo abaixo, quem deu apoio a Bolsonaro no primeiro turno e no segundo turno, até o momento. União Brasil, MDB, PSD, Novo e PSDB liberaram suas bancadas para escolherem apoios.

Romeu Zema

Romeu Zema, governador reeleito por Minas Gerais, declarou seu apoio a Bolsonaro dois dias após o primeiro turno das eleições. Ele conquistou a permanência no cargo mais alto do Executivo mineiro com 56,18% dos votos, bem acima do segundo colocado, o atual prefeito de Belo Horizonte (capital) Alexandre Kalil (PSD), que obteve 35,08%.

Enquanto Minas Gerais permaneceu à direita nas eleições para governador, o estado foi o único da região Sudeste que deu vitória ao PT nas eleições presidenciais.

Rodrigo Garcia

Na campanha, “paulista raiz”, e, no segundo turno, “apoio incondicional ao presidente e a Tarcísio”. A postura do atual governador de SP, Rodrigo Garcia, provocou um racha no PSDB – afinal, a base mais antiga da legenda declarou-se favorável a Lula.

O apoio de Garcia surpreendeu pela altivez — o embarque dele à campanha de Bolsonaro aconteceu cinco dias após o primeiro turno. Contudo, ele foi bem-vindo pelos coordenadores de campanha do atual presidente.

A disputa pelo governo de SP, que é o maior colégio eleitoral do país, está entre o ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-ministro da Educação e ex-prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT). Garcia chegou em terceiro lugar na disputa, obteve 18,40% dos votos, com quase 4,3 milhões de eleitores.

Cláudio Castro

O governador do Rio de Janeiro reeleito no primeiro turno Cláudio Castro foi o primeiro grande apoiador de Jair Bolsonaro na campanha. Castro foi vencedor das eleições gerais fluminenses, e sua declaração de voto não foi considerada uma surpresa por analistas. Afinal, ele e Bolsonaro pertencem ao PL.

Castro ganhou a disputa de Marcelo Freixo, deputado do PSB que se candidatou ao governo do estado. Freixo teve 27,38% dos votos, enquanto Garcia obteve 58,67%.

Sergio Moro e Deltan Dallagnol

O ex-juiz federal Sergio Moro e o ex-procurador do Ministério Público Federal Deltan Dallagnol também apoiam a candidatura de Jair Bolsonaro. A aproximação de ex-membros da Operação Lava-Jato é simbólica pois representa o reatamento de laços entre Moro e Bolsonaro. O ex-ministro da Justiça deixou o governo em abril de 2020 após acusar o atual presidente de interferir na Polícia Federal.

Antes do anúncio de apoio, Bolsonaro e Moro conversaram por telefone. O presidente descreveu uma “conversa bastante amistosa” com o ex-juiz, e que eventuais diligências entre ambos ficaram “no passado”. Em rede social, Moro disse que “Lula não é opção eleitoral” e que o governo do petista foi “marcado pela corrupção da democracia”.

Sergio Moro foi eleito senador pelo Paraná com quase 2 milhões de votos, enquanto Deltan Dallagnol recebeu 334 mil votos, ultrapassando Gleisi Hoffman (PT-PR) como deputado federal paranaense com mais votos na história do estado.

Ibaneis Rocha

Na toada de apoios de governadores, Bolsonaro conseguiu um importante aliado no Distrito Federal: o governador Ibaneis Rocha (MDB), reeleito com cerca de 832 mil votos, o equivalente a 50,30%. No primeiro turno, o emedebista já havia confirmado que apoiaria a candidatura do presidente. Quando ocorreu a virada para o segundo turno, Ibaneis declarou que seu apoio “é de coração” e prometeu fazer campanha para a releeição de Bolsonaro nas ruas do DF.

Ratinho Júnior

Reeleito pelo Paraná no primeiro turno, o atual governador do estado Ratinho Júnior apoia Bolsonaro desde o primeiro turno. No entanto, com as eleições gerais finalizadas, o político do PSD pôde voltar as atenções para a disputa presidencial. Ratinho Júnior foi eleito com 69,64% dos votos no Paraná; o segundo colocado, senador Roberto Requião (PT), teve 26,23%.

Ronaldo Caiado

Cacique do União Brasil e reeleito governador de Goiás, Caiado pulou no barco de Bolsonaro assim que o primeiro turno acabou. Ele teve rusgas com Bolsonaro durante a pandemia de covid-19, quando o presidente negligenciou riscos de aglomerações e cumprimentou publicamente o governador e uma multidão de apoiadores na inauguração de um hospital de campanha em Goiás. Ele justificou o voto ao afirmar que “o presidente tem respeito pelo dinheiro público”.

Mais governadores que apoiam Bolsonaro

Além dos governadores do Sudeste, Sul e de Goiás, outros manifestaram apoio a Bolsonaro para que ele seja reeleito no segundo turno, avançando a agenda da campanha de exaltar as eleições locais como uma forma de virar votos contra Lula.

Mais três líderes estaduais declararam voto no incumbente:

  • Antonio Denarium (PP), reeleito governador de Roraima (RR);
  • Gladson Cameli (PP), reeleito governador do Acre (AC);
  • Mauro Mendes (União Brasil), reeleito governador do Mato Grosso (MT)

Senadores que apoiam Bolsonaro

O bolsonarismo foi um dos grandes vencedores nas eleições gerais para o Congresso. Para o Senado Federal, cinco ex-ministros do presidente se elegeram e, ao mesmo tempo, a bancada de seu partido, o PL, aumentou para ser tornar a maior na casa.

A convocação de Bolsonaro para o segundo turno foi atendida por alguns destes senadores eleitos e por parlamentares cujos mandatos não se encerram no ano que vem.

A lista de senadores que apoia Bolsonaro é a seguinte, em ordem alfabética:

  • Carlos Portinho (PL-RJ);
  • Carlos Viana (PL-MG);
  • Cleitinho (PSC-MG) – eleito;
  • Damares Alves (Republicanos-DF) – eleita;
  • Dr. Hiran (PP-RR) – eleito;
  • Eduardo Girão (Podemos-CE)
  • Esperidião Amim (PP-SC);
  • Fernando Collor (PTB-AL);
  • Flávio Bolsonaro (PL-RJ);
  • Izalci Lucas (PSDB-DF);
  • Hamilton Mourão (Republicanos-RS) – eleito;
  • Jaime Bagattoli (PL-RO) – eleito;
  • Jorge Seif (PL-SC) – eleito;
  • Laércio Oliveira (PP-SE) – eleito;
  • Lasier Martins (Podemos-RS);
  • Luiz Carlos Heinze (PP-RS);
  • Magno Malta (PL-ES) – eleito;
  • Marcos do Val (Podemos-ES);
  • Marcos Pontes (PL-SP);
  • Marcos Rogério (PL-RO);
  • Rogério Marinho (PL-RN) – eleito;
  • Romario (PL-RJ) – reeleito;
  • Teresa Cristina (PP-MT) – eleita;
  • Wellington Fagundes (PL-MT) – reeleito;
  • Wilder Moraes (PL-GO) – reeleito;
  • Zequinha Marinho (PL-PA)

Neymar

Na volta dos programa eleitoral obrigatório, Bolsonaro destacou o apoio do jogador de futebol Neymar. Isso porque o astro da seleção brasileira que disputará a Copa do Mundo do Catar em 2022 gravou um vídeo nas redes sociais, entoando o jingle do capitão do exército. Posteriormente, o atleta revidou críticas feitas a ele por apoiar o atual presidente.

Donald Trump e Victor Orban apoiam Bolsonaro

Bolsonaro teve apoio de dois aliados da extrema-direita no exterior: o ex-presidente americano Donald Trump e o atual presidente da Hungria, Viktor Orbán.

Em mensagem gravada, Trump disse que os brasileiros têm a “oportunidade de reeleger um líder fantástico” e que Bolsonaro “é respeitado pelo mundo inteiro”. O republicano ainda elogiou a gestão econômica do governo Bolsonaro, mesmo com a inflação alta e taxas de juros recorde que imperam sobre o país.

O filho do ex-presidente, Donald Trump Jr., também gravou uma mensagem de apoio à reeleição do atual presidente do Brasil.

Parlamentares do Novo que apoiam Bolsonaro

O Novo deixou a disputa do primeiro turno com uma forte derrota. Afinal, o partido não obteve 2% dos votos totais ou elegeu parlamentares na Câmara ou no Senado suficientes para atingir a cláusula de barreira, que permite o acesso a dinheiro do fundo eleitoral e tempo de propaganda no horário eleitoral obrigatório.

Enquanto o partido corre o risco de extinção pelo mau desempenho nas eleições e permitiu que seus coligados regionais definam posicionamentos para o segundo turno, alguns parlamentares do Novo declaram voto em Jair Bolsonaro:

  • Marcel Van Hattem (Novo-RS) – eleito Deputado Federal;
  • Paulo Ganime (Novo-RJ) – candidato ao Senado;
  • Vinicius Poit (Novo) – candidato ao governo de São Paulo