Bitcoin tem melhor janeiro em dez anos com valorização de 41%

Como um todo, as criptomoedas recuperaram US$ 280 bilhões em valor de mercado neste ano, apagando as perdas posteriores à quebra da FTX

O bitcoin (BTC) segue na reta final do que deve se confirmar como o melhor início de ano desde 2013. No penúltimo dia de janeiro, a maior das criptomoedas marca US$ 23,2 mil e acumula uma valorização de mais de 41%, movimento impulsionado pela expectativa de redução no aperto monetário e que foi acompanhado por algumas das principais moedas digitais.

Como um todo, as criptomoedas recuperaram US$ 280 bilhões em valor de mercado neste ano, apagando as perdas posteriores à quebra da FTX e avançando significativamente no terreno positivo. O ether (ETH), a segunda maior das moedas digitais, sobe 32% no mês e retomou o maior patamar desde a atualização de software que eliminou o trabalho dos mineradores em setembro do ano passado.

Durante o final de semana, que costuma ter menor liquidez e presença apenas de investidores individuais, o bitcoin chegou próximo de US$ 24 mil e o ether, de US$ 1.655. O ritmo de ganhos, no entanto, diminuiu conforme abriram os mercados futuros de ações apontando um início de semana com cautela diante da reunião de política monetária do Federal Reserve, nesta quarta. A expectativa é que o Fed reduza o ritmo de alta de juros para 0,25 ponto e sinalize uma acomodação no aperto financeiro.

Segundo André Franco, chefe de Research do MB, o volume de negócios deste domingo foi elevado, diferentemente dos demais finais de semana, o que chama a atenção para a consistência do nível de preços atingido pelo bitcoin e a disposição desses investidores de seguirem apostando na criptomoeda.

“Geralmente, domingo não é um dia com volumes satisfatórios, mas esse não foi o caso de ontem. Por isso, acreditamos que essa subida foi bem convincente, pelo menos no curto prazo”, disse.

Perto das 9h20 (horário de Brasília), o bitcoin tinha baixa de 1,3% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 23.156,08, enquanto o ether recuava 1,5%, a US$ 1.586,22, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo era de US$ 1,08 trilhão. Em reais, o bitcoin tinha baixa de 1,22% a R$ 118.749,64 e o ether recuava 1,5% a R$ 8.126,06, de acordo com valores fornecidos pelo MB.

Na análise da Bybit, a semana promete grande volatilidade por conta da decisão do Fed. Se a sinalização for de redução consistente do aperto, os analistas da casa acreditam que o bitcoin pode romper a casa de US$ 25 mil e avançar para perto de US$ 29 mil e US$ 30 mil.

“O sentimento dos investidores está muito positivo sobre as movimentações do bitcoin e uma notícia positiva do Fed deve ser o catalisador para o rompimento da resistência em US$ 30 mil. No entanto, o amplo sentimento positivo também pode se transformar em decepção, visto que o Fed pode não atender as expectativas do mercado e divulgar um novo aumento na taxa de juros além do que vem sendo estimado e isso pode ser um banho de água fria para todos”, disseram.

No caso de decepção, os analistas acreditam que o bitcoin pode voltar a faixa de US$ 20 mil, com chances de perder o nível psicológico e recuar para US$ 18 mil.

Antonio Bertuccio, head de estratégias da iVi Technologies, também vê chance de upside se o Fed confirmar a redução no aperto. “Após o cenário global se acalmar com a expectativa de desaceleração no aumento da taxa de juros por parte do Fed, os mercados de renda variável estão respirando, puxados pelas últimas altas do S&P 500. Isso pode ser muito positivo para o mercado cripto nas próximas semanas, tendo em vista a correlação mais presente dos últimos meses.”