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Nubank: fundador abre mão de remuneração bilionária, se ações disparassem
David Vélez, fundador do Nubank, recuou na terça-feira em um dos pontos mais polêmicos de seu generosíssimo pacote de remuneração. O chamado “plano de ações contingentes” previa que o CEO global e presidente poderia abocanhar o equivalente a 2% do capital da fintech — além dos cerca de 20% que ele já possui da companhia.
Segundo a empresa, a renúncia deve trazer economias ao Nubank de US$ 356 milhões nos próximos sete anos. Só que sua decisão “unilateral” — como fez questão de frisar o comunicado da empresa — veio no momento em que as condições para que o criticado plano se concretizasse parecem cada vez mais distantes.
O arranjo previa que Vélez receberia 1% do capital social do Nubank quando as ações batessem US$ 18,69 na Bolsa e outro 1% se a cotação atingisse US$ 35,30. Só que os papéis da fintech estão cotadas a US$ 4,26, menos da metade da cotação do seu IPO (US$ 9).
Ou seja, o papel teria mais do que triplicar para Vélez colocar a mão no dinheiro, façanha ainda mais complicada diante da escalada global dos juros.
“Minha decisão é motivada em grande parte pela mudança no cenário macroeconômico desde que o acordo foi estabelecido em 2021, e fará uma contribuição significativa para a melhoria contínua de nossos resultados”, disse, em nota, Vélez, que já havia sinalizado que planejava doar as ações previstas no plano para sua iniciativa filantrópica.
Ele acrescentou.
“Temos um forte histórico de desempenho e resultados como companhia aberta, aliado a uma posição de liderança de capital e liquidez em nosso setor. Estou totalmente confiante de que atingiremos nossas metas de longo prazo, e minha decisão serve para apoiar nossos esforços imediatos de eficiência e prontidão em toda a empresa.”
A empresa explicou que Vélez “também reforçou seu compromisso de longo prazo com o Nu e sua confiança de que sua participação equivalente a mais de 20% do capital social da Companhia (por meio de sua holding Rua California Ltd.) é suficiente para alinhar seu interesse com o de nossos acionistas no atual ambiente.”
“Nesse sentido, o Sr. Vélez comunicou ao Conselho de Administração da Companhia e ao Comitê de Desenvolvimento de Liderança que declina qualquer nova remuneração em 2022 ou 2023, seja sob a forma de prêmios de incentivo de ações de longo prazo, baseados em desempenho ou de qualquer outra forma,” disse o comunicado do banco.
Por Rennan Setti, do blog Capital
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