Moeda americana avança no exterior e atinge paridade com euro

Movimento ocorre pelo medo de recessão global e os altos preços do setor de energia na zona do euro

O euro voltou a atingir a paridade em relação ao dólar na sessão desta segunda-feira. A moeda do antigo continente já havia encostado na paridade na última sexta-feira, mas o movimento não se consolidou. A paridade já era esperada pelo mercado diante da valorização do dólar, em meio ao aperto monetário executado pelo Federal Reserve (Fed) pelo medo de recessão global e os altos preços do setor de energia na zona do euro. Na semana passada, o euro havia registrado o seu pior nível em duas décadas perante o dólar.

Às 8h55, o dólar operava em alta contra a cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos. No horário acima, o DXY era negociado em alta de 0,74%, a 107,79 pontos. Já o euro recuava 0,75% em relação ao dólar, a US$ 1,00913, a libra operava em queda de 0,64% a US$ 1,19399 e o dólar valorizava 0,64% em relação a divisa japonesa de 137,168 ienes.

O inglês Barclays prevê uma recessão leve e de curta duração na zona do euro. Um potencial racionamento de gás russo, porém, representa grandes riscos de queda para suas previsões de crescimento e alta na inflação, de acordo com os economistas do banco, em nota. O Banco Central Europeu (BCE) deve aumentar as taxas de juros em 0,25 ponto percentual em julho, embora alguns membros do conselho de governo tenham preferido um aumento maior, segundo o Barclays.

Uma interrupção total dos fluxos de gás russo para a Europa provavelmente resultaria em uma recessão na zona do euro, com a moeda caindo mais 10%, segundo Kit Juckes, estrategista de câmbio do Société Générale, em nota. O banco ressaltou um comentário do ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, no domingo, de que um corte total do gás russo parece o cenário mais provável.

Mesmo o melhor cenário, que seria uma continuação do status quo, deixaria os mercados nervosos e o euro só seria “capaz de administrar um modesto alívio de curto prazo”, diz afirma Juckes.

Entre as moedas emergentes, o principal destaque é o forte recuo de 4,35% do dólar em relação ao rublo russo.

O movimento de queda do euro e da libra desta segunda ocorre também em dia de recuo das bolsas europeias. Além disso, as bolsas asiáticas fecharam a primeira sessão da semana em retração a espera por mais dados da inflação dos Estados Unidos, que virão com a divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor) do mês de junho nos Estados Unidos.