Lula: Petrobras (PETR3;PETR4) entregou mais de R$ 215 bilhões para acionista, quando ela devia investir

Maior acionista da Petrobras, governo recebeu R$ 351 bilhões em tributos e dividendos; Lula diz que empresa 'resolveu agraciar acionistas'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente a notícia de que a Petrobras (PETR3;PETR4) foi a segunda maior pagadora de dividendos do mundo em 2022, com US$ 21,7 bilhões, segundo relatório da gestora britânica Janus Henderson antecipado ao Valor.

A estatal foi a única representante da América Latina entre as 20 empresas mais bem colocadas da publicação e exibiu o maior crescimento de distribuição de proventos ano a ano, com elevação de US$ 12,6 bilhões em relação a 2021.

Para Lula, Petrobras ‘resolveu agraciar acionistas minoritários’

Na avaliação do presidente, a Petrobras deixou de ser uma indutora de investimento para se converter apenas numa exportadora de óleo cru.

“Não podemos aceitar a ideia da notícia de hoje. A Petrobras entregou mais de R$ 215 bilhões para acionista, quando ela devia investir. Em vez de investir, a Petrobras resolveu agraciar acionistas minoritários”, disse durante cerimônia de criação do novo Bolsa Família.

“A Petrobras virou uma empresa exportadora de óleo cru e não foi para isso que descobrimos o pré-sal. As empresas brasileiras precisam pensar primeiro neste país para, depois, pensar nos acionistas”, complementou.

Governo federal recebeu R$ 351 bi da Petrobras

A União, maior acionista da Petrobras, recebeu o valor recorde de R$ 351 bilhões distribuídos entre R$ 279 bi em tributos e R$ 72 bi em dividendos. Os dados são do diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo.

Segundo ele, que participa de teleconferência com analistas sobre os resultados da companhia no quarto trimestre, o processo de compliance da companhia é contínuo e precisa estar sempre sendo melhorado. O executivo destacou que a companhia segue o plano de utilização da transformação digital como parte do programa de compliance, automatizando controles internos.

Araújo frisou que a empresa tem segurança de que vai conseguir entregar em 2023 as plataformas previstas para este ano. Ele salientou que a empresa está trabalhando na governança dos projetos, uma vez que mais de 90% do retorno deles se dá na capacidade de entrega da companhia.