Itaú: Selic deve fechar 2023 em 11,50% com corte de 0,75 ponto percentual em dezembro

Banco destaca a dinâmica mais benigna da inflação de serviços e a esperada desaceleração da atividade econômica

O Itaú Unibanco reduziu de 11,75% para 11,50% a previsão para a taxa Selic no fim de 2023. A previsão sinaliza, na visão do banco, que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) irá acelerar o ritmo de cortes dos juros nos próximos meses, especificamente em dezembro.

Em relatório de revisão do cenário macroeconômico, divulgado nesta quarta-feira (13), o Itaú aponta que a Selic deve ter uma redução de 0,50 ponto percentual agora na reunião de setembro, a 12,75%. A tendência é de um corte da mesma magnitude na decisão de novembro, derrubando a taxa a 12,25%.

Assim, conforme a nova estimativa do banco, o Copom teria espaço para acelerar o ritmo e baixar os juros na última reunião do ano, em dezembro.

“Ademais, entendemos que seria prematuro abrir espaço para discussão de aceleração de corte neste momento, dado o risco que tal comunicação atrapalhe o processo de convergência das expectativas de inflação”, diz o documento assinado por Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú.

“No entanto, a dinâmica mais benigna da inflação de serviços, bem como a esperada desaceleração da atividade econômica (que deverá ficar mais evidente ao longo da segunda metade do ano), devem permitir aceleração do ritmo de cortes a partir da reunião de dezembro”, explica o texto.

“Esperamos agora que a taxa Selic encerre 2023 em 11,50% a.a. (ante 11,75%). Para 2024, revisamos nossa projeção de taxa Selic para 9,00% a.a. ao final do ano, ainda consistente com a indicação do Copom de que espera manter a política monetária em território (marginalmente) contracionista ao longo do ciclo”, completa o banco.

Alta maior do PIB e IPCA menor

Entre outros destaques do relatório, o Itaú subiu a previsão de crescimento do PIB do Brasil em 2023 e em 2024.

“Revisamos a nossa projeção para o PIB 2023 para 2,9% (de 2,5%) e o de 2024 para 1,8% (de 1,5%). O consumo das famílias deve continuar impulsionando o crescimento da economia, em meio à resiliência do mercado de trabalho”, diz o texto.

“Para a taxa de desemprego, mantemos nossa projeção de 8% para 2023 e 2024”, acrescenta.

No panorama para o IPCA, a estimativa agora é de um índice de inflação menor neste ano e no próximo.

“Revisamos a nossa projeção de inflação para 4,9% em 2023 (de 5,1%) e, para 4,1% em 2024 (de 4,3%). Ao longo do ano, o processo de desinflação tem sido liderado por itens comercializáveis (na esteira da normalização dos estoques e da queda de preços de commodities em reais), mas as últimas leituras mostraram alívio maior também de não comercializáveis (serviços)”, detalha o relatório.

Por fim, o Itaú não mexeu nas perspectivas para a cotação do dólar.

“Mantemos a nossa projeção de câmbio em R$ 5,00 em 2023 e R$ 5,25 em 2024. Vemos espaço para uma dinâmica menos benigna do real ao longo do segundo semestre do ano com redução do diferencial de juros.”