Indicadores econômicos alimentam discussão sobre rumo dos juros nesta semana

Divulgação da ata do Copom também deve dar indicações da estratégia para a Selic

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de aumentar a taxa básica de juros Selic em 1 ponto percentual, para 12,75% ao ano, na semana passada, estava dentro das previsões dos especialistas. Agora, a discussão é: quantas elevações ainda serão feitas, e quando? A resposta a essas perguntas determinará tanto estratégias de investimento para os próximos meses quanto tendências de consumo e de gestão das empresas.

Os analistas do mercado financeiro esperam mais uma alta de 0,75 ponto percentual nos juros em junho, levando a Selic a 13,75% ao ano, segundo a pesquisa semanal Focus, feita pelo BC. Até o final do ano, a taxa ficaria nesse nível.

A calibragem dos juros é realizada para tentar segurar a inflação. Na terça (10), o BC publica a ata da mais recente reunião do Copom, dando detalhes sobre o que motivou a decisão e o seu grau de preocupação com o ritmo de avanço dos preços.

Diversos indicadores que saem nesta semana também devem ajudar a balizar as expectativas para a Selic.

Do lado da atividade econômica, tem dados de vendas do varejo e produção de veículos na terça (10) e de crescimento do setor de serviços na quinta (12). O grau de aquecimento dessas atividades vai sinalizar o que se pode esperar da inflação futura. A atual e oficial será divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na quarta (11).

Juros nos EUA

O aumento da inflação não é um fenômeno exclusivamente brasileiro. Muitos países estão sofrendo com a alta dos preços, em parte devido à guerra na Ucrânia, que fez subir a cotação de gêneros alimentícios como o trigo.

O Fed (Federal Reserve, banco central americano) na semana passada também aumentou sua taxa básica de juros do intervalo de 0,25% a 0,5% ao ano para de 0,75% a 1% ao ano. A elevação dos juros nos EUA tem um interesse extra para os brasileiros: as aplicações de renda fixa na nação tida como a mais segura para investimentos no mundo ficam mais atraentes, encorajando os estrangeiros a levar seu dinheiro para lá.

Nos últimos meses, o debate sobre o rumo dos juros americanos tem sido alimentado adicionalmente pos comentários píublicos feitos por diretores do Fed e por membros do seu comitê de política monetária. Nesta semana, são nove para prestar atenção.

Agenda

Domingo (8)

  • 20h – EUA: discurso de Raphael Bostic, membro do comitê de política monetária do Fed

Segunda-feira (9)

  • 9h45 – EUA: discurso de Raphael Bostic, membro do comitê de política monetária do Fed

Terça-feira (10)

  • 8h: divulgação da ata do Copom
  • 8h40 – EUA: discurso de John C. Williams, presidente da sucursal do Fed em Nova York
  • 9h: vendas no varejo (março), do IBGE
  • 10h: produção e vendas de veículos (abril), da Anfavea
  • 14h – EUA: discurso de Christopher Waller, diretor do Fed
  • 16h – EUA: discurso de Loretta Mester, presidente da sucursal do Fed em Cleveland
  • 20h – EUA: discurso de Raphael Bostic, membro do comitê de política monetária do Fed

Quarta-feira (11)

  • 5h – Zona do Euro: discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE (Banco Central Europeu)
  • 9h30 – EUA: divulgação do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) (abril)
  • 11h30 – EUA: estoques de petróleo bruto
  • 12: IPCA (abril), do IBGE

Quinta-feira (12)

  • 9h: crescimento do setor de serviços (março), do IBGE
  • 9h30 – EUA: pedidos de seguro-desemprego (semanal)
  • 9h30 – EUA: divulgação do IPP (Índice de Preços ao Produtor) (abril)
  • 16h – EUA: discurso de Mary Daly, membro do comitê de política monetária do Fed

Sexta-feira (13)

  • 11h – EUA: divulgação do índice Michigan de confiança do consumidor
  • 12h – EUA: discurso de Noel Kashkari, membro do comitê de política monetária do Fed
  • 13h – EUA: discurso de Loretta Mester, presidente da sucursal do Fed em Cleveland