Venda da TIM Brasil (TIMS3) entra no radar do mercado; veja as perspectivas para as ações

Novo governo de extrema-direita da Itália avalia vender operação brasileira

O novo governo italiano do partido de extrema-direita Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália) reafirmou suas intenções de vender o negócio de serviços da Telecom Itália, que inclui as operações da TIM Brasil (TIMS3), o que pode desbloquear um prêmio para os acionistas minoritários da TIM Brasil, avalia o Bank of America (BofA), em relatório.

“Em um cenário com a venda da infraestrutura de banda larga, a nosso ver, isso deve ajudar a Telecom Itália a se desalavancar e, em última análise, dar mais liberdade para a TIM Brasil atingir uma estrutura de capital ideal”, escrevem os analistas Fred Mendes, Mirela Oliveira e equipe.

A estatal italiana Cassa Depositi e Prestiti (CDP), que detém 10% da Telecom Italia, planeja apresentar uma pela rede fixa da empresa em outubro. O maior acionista da Telecom Italia, Vivendi, teria avaliado a empresa em 31 bilhões de euros, mas segundo a “Bloomberg” a oferta final pode ficar abaixo de 20 bilhões de euros.

Além disso, segundo os analistas, a aprovação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) da oferta da TIM Brasil por operadoras móveis virtuais (MVNO) é uma notícia positiva, e embora os novos preços de referência sejam mais competitivos do que os adotados pela TIM antes da aquisição da Oi, ainda são melhores do que o proposto inicialmente pela Anatel.

O BofA tem recomendação de compra para as ações da TIM Brasil, com preço-alvo de R$ 19, potencial de alta de 59% ante o valor negociado na quarta-feira na B3.

‘Gatilho positivo para as ações’

Uma possível venda da TIM Brasil pelo novo governo da Itália pode ser um gatilho positivo para as ações, diz o Credit Suisse. O banco destaca que a nova primeira-ministra do país, Giorgia Meloni, tem a intenção de fechar o capital da Telecom Italia.

Os analistas Daniel Federle, Alejandro Chavelas e Victor Ricciuti escrevem que o preço sugerido pela imprensa italiana que o governo quer, de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões, é um desconto sobre o valor de mercado atual da TIM Brasil de R$ 32 bilhões, mas destacam que pode subir caso o processo fique competitivo.

A aprovação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) da oferta da TIM Brasil por operadoras móveis virtuais (MVNO) é neutra para a companhia, aponta o banco. Por um lado, se cria a possibilidade de ofertar planos com preços competitivos, mas veem pouco potencial de crescimento no mercado de massa, se restringindo a nichos.

O Credit Suisse tem recomendação de compra para TIM Brasil, com preço-alvo em R$ 16,50.