Itaú BBA reitera recomendação de venda para Nubank e reduz preço-alvo

Analistas apontam que a dinâmica dos lucros da fintech provavelmente permanecerá negativa e o valuation não é nada atraente

O Itaú BBA manteve sua recomendação de “venda” para Nubank e reduziu o preço-alvo para US$ 3,50, de US$ 4,50 antes, na esteira da divulgação dos resultados da companhia no segundo trimestre. Segundo os analistas, a desaceleração do crédito pessoal e as recentes mudanças nas regras de baixa contábil são fortes evidências de que este produto relevante não está funcionando conforme o esperado.

Eles apontam ainda que a expansão do cartão de crédito acontecendo na parte da fatura que realmente é financiada cria riscos reprimidos de crescimento. Os analistas dizem ainda ter se arrependido de ter aplaudido as despesas estáveis do banco no segundo trimestre, já que uma parte disso foi apenas movida para a linha de investimentos, o que amenizou o impacto no balanço.

“Estamos reduzindo significativamente nossas estimativas de lucro em 2023, para R$ 2,6 bilhões, contra R$ 3,1 bilhões antes. A dinâmica dos lucros provavelmente permanecerá negativa e o valuation não é nada atraente, em 4x preço/valor patrimonial ou 44x preço/lucro”, diz o relatório.

Eles apontam que a inadimplência no empréstimo pessoal está subindo mais rápido do que o Nubank esperava e que ajustes na originação de crédito vão reduzir o ritmo de crescimento dessa carteira no curto prazo. “As premissas de longo prazo para o ritmo de crescimento (que justificam múltiplos de valuation tão altos) também serão questionadas. O ambiente macroeconômico também joga contra a qualidade do crédito e certamente há uma curva de aprendizado para escalar este produto tão rapidamente.”

Eles preevem que a que a carteira de empréstimos pessoais cresça modestos 28% este ano e 7% em 2023. Segundo o Itaú BBA, o Nubank ainda não está falando em desaceleração na carteira de cartão de crédito, mas isso deve acontecer em breve. Os analistas apontam que o Nubank adquiriu uma carteira de cartão de crédito de R$ 2 bilhões no segundo trimestre, muito provavelmente de um adquirente e, portanto, com um risco de crédito subjacente de um grande banco.

Por volta das 12h20, as ações do Nubank caíam 2,69% na Bolsa de Nova York, a US$ 4,52. Em um mês o papel sobe 8,77%, mas neste ano cai 51,76%.