BTG Pactual: Desalavancagem da Eletrobras deixa espaço para mais dividendos nos próximos anos

Analistas do banco apontam que a companhia tem uma enorme virada para implementar após privatização

Com o fim do processo de privatização, a Eletrobras deve reduzir sua alavancagem de 2,6 vezes este ano para 0,8 vez em 2025, deixando um espaço substancial para crescimento da companhia ou para pagamentos de dividendos nos próximos anos, avalia o BTG Pactual.

Os analistas Gisele Gushiken e João Pimentel comentam que não esperam nenhuma aquisição transformacional no curto prazo, visto que a Eletrobras tem uma enorme virada para implementar, o que deve ser o foco principal da empresa para os próximos anos e se traduzir em grandes dividendos.

“A preços correntes, nós prevemos rendimentos de dividendos de 12% em 2023, 18% em 2024 e de 22% em 2025”, comentam, acrescentando que projetam uma grande melhoria da margem de Ebitda nos anos seguintes com aumento gradual de 40% em 2021 para 69% em 2025.

A equipe do BTG acredita a Eletrobras tem todas as ferramentas necessárias para finalmente aumentar substancialmente a geração de fluxo de caixa, após a repactuação de seu portfólio de energia, espaço para iniciativas significativas de redução de custos, uma enorme vantagem vinda da gestão de passivos e créditos fiscais, além de muito espaço para mais crescimento.

Os analistas ressaltam que, menos de duas semanas após a conclusão da privatização, é possível ter uma boa ideia dos potenciais nomes que podem compor o novo conselho de administração da empresa.

A assembleia geral extraordinária (AGE) que irá eleger o novo conselho está marcada para 5 de agosto e os analistas dizem que uma vez que a nova equipe de gestão assuma não deve demorar muito para ver grandes mudanças na empresa.

O BTG comenta que, embora a migração para o Novo Mercado da B3 não tenha sido incluída como condição da privatização, espera-se que esse processo seja concluído ainda este ano, para aprimorar os padrões de governança corporativa e converter todas as ações preferenciais existentes, 12% do total de ações, em ordinárias.