Banco do Brasil tem lucro líquido recorrente recorde de R$ 31,8 bilhões em 2022; ROE 21%

No 4º tri, o lucro líquido recorrente somou R$ 9 bilhões, alta de 52,4% ante o 4º trimestre de 2021, outro recorde; Retorno sobre patrimônio atingiu 23% no período

O Banco do Brasil reportou lucro líquido recorrente recorde em 2022, totalizando R$ 31,8 bilhões e superando o Itaú, que reportou R$ 30,8 bilhões no ano passado. O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) médio em 2022 foi de 21,1%.

Apenas no 4º trimestre, o lucro líquido recorrente somou R$ 9 bilhões, valor que representa um avanço de 52,4% ante o quarto trimestre de 2021, outro recorde do banco. O retorno sobre patrimônio atingiu 23% ao final do período.

O resultado superou as já otimistas projeções do mercado, que esperavam por um número em torno de R$ 8,10 bilhões no 4º trimestre, de acordo com a mediana dos dados levantados pela IF junto aos relatórios de bancos e casas de análise.

“O resultado do Banco do Brasil foi alicerçado no crescimento responsável da carteira de crédito, com inadimplência controlada, no fortalecimento da geração e diversificação de receitas e na disciplina na gestão de custos, tudo isso somado a uma sólida estrutura de capital. Nos destaques patrimoniais, os ativos totais fecharam 2022 acima de R$ 2 trilhões”, apontou o comunicado do banco.

Guidance 2023

O Banco do Brasil divulgou suas projeções financeiras para 2023 que preveem uma desaceleração na comparação com 2022.

A projeção para lucro líquido recorrente é de finalizar este ano com ganhos entre R$ 33 a R$ 37 bilhões.

A expansão da carteira de crédito, que foi de 17% no ano passado, deve ficar entre 8% e 12%, segundo o banco. Os créditos para pessoas físicas e jurídicas crescerão entre 7 e 11%, enquanto os empréstimos para o agro irão avançar entre 11% e 15%. Em 2022, esse segmento cresceu 24,9%.

A margem financeira bruta finalizou 2022 em 23,8%, mas para 2023 deve ficar entre 17% e 21%.

As receitas com serviços ficarão entre 7% e 11% em 2023, tendo encerrado 2022 em 10,2% e as despesas administrativas devem saltar de 5,6% (2022) para de 7% a 11% em 2023.

PDD

As Provisões de Devedores Duvidosos (que o BB chama de PCLD) encerrou o ano passado em R$ 16,7 bilhões, e devem aumentar em 2023 para uma faixa entre R$ 23 bilhões e R$ 19 bilhões. Esse é o valor que o banco separa no balanço que ele considera que não irá mais receber de seus devedores.

Inadimplência

O índice de inadimplência acima de 90 dias (INAD+90d), atingiu 2,5% em dezembro de 2022, ficando abaixo do Sistema Financeiro Nacional, que encerrou o período em 3%.

O índice de cobertura do BB foi de 227,1% em dezembro de 2022.

O Índice de Basileia foi de 16,65% em dezembro de 2022.

Carteira de Crédito: R$ 1 trilhão

A carteira de crédito ampliada, que inclui títulos e valores mobiliários privados e garantias, superou pela primeira vez a marca de R$ 1 trilhão em dezembro de 2022, com crescimento anual de 14,8%. Na comparação trimestral, o crescimento foi de 3,7%.

Carteira Pessoa Física

Crescimento foi de 2,7% no trimestre e 9% no ano, totalizando R$ 289,6 bilhões, influenciada pelo
desempenho na carteira de crédito consignado que alcançou R$ 115,1 bilhões.

Carteira Pessoa Jurídica

Registrou incremento trimestral de 1,1% e de 12,8% em 12 meses, totalizando R$ 358,5 bilhões, com ênfase para os crescimentos de operações com recebíveis (+11,3% no trimestre e +20,4% em 12 meses) e de títulos privados e garantias (+4,6% no trimestre e +21,4% em 12 meses).

“O BB reafirmou seu compromisso com empresas de pequeno porte, com destaque para os desembolsos realizados na linha do Pronampe a partir de julho que totalizaram R$ 12 bilhões, beneficiando 128 mil MPEs, sendo líder no programa”, destacou o banco.

Carteira Agronegócios

Totalizou R$ 309,7 bilhões, avanço de 8,3% no trimestre e 24,9% em 12 meses.

Carteira de Negócios Sustentáveis

Finalizou com R$ 327,3 bilhões em 2022, crescimento de 12,3% na comparação de 12 meses, representando 33% da carteira do banco.

Dividendos e JCP

O conselho do BB aprovou, no último dia 9 de fevereiro, o pagamento de R$ 672 milhões em dividendos e R$ 1,636 bilhão em forma de juros sobre capital próprio (JCP) aos seus acionistas, o que dará um valor por ação de R$ 0,23922741843 em dividendo e R$ 0,58263078375 em JCP.