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NFTs amargam queda acentuada entre janeiro e outubro: ainda vale a pena investir?
No apagar das luzes de 2021, o termo NFT, sigla para ‘non-fungible token’ (token não fungível, em português) foi escolhida como a palavra do ano, na já tradicional eleição organizada pelo grupo que publica o dicionário Collins. Com a fama, veio a expectativa ainda maior sobre como ganhar dinheiro com o “certificado digital único, registrado em um blockchain, que é usado para garantir a propriedade de um ativo como uma obra de arte ou um colecionável”. Mas, na prática, em 2022, o que se viu, até agora, foram grandes quedas no acumulado entre janeiro e outubro.
Segundo levantamento realizado pelo buscador de investimentos Yubb, a variação de preços dos maiores tokens (em tamanho de mercado) chegou a mais de 85% em alguns casos. Em janeiro, o Sand, token nativo do The Sandbox – uma plataforma de jogos baseada em blockchain – valia US$ 5,842, enquanto em outubro está com o seu valor em US$ 0,075, uma variação negativa 86,73%, até o dia 18, momento em que o levantamento foi realizado.
Em segundo lugar vem o Flow. Mesmo com algumas notícias positivas ao longo do ano, como o Instagram informando que adicionou suporte para os NFTs desenvolvidos no blockchain Flow, o token desvalorizou 83,75%.
A terceira queda mais acentuada é do NFT Mana, criado pela Decentraland e que possibilita aos usuários comprar, vender e construir em terrenos virtuais. Em uma busca rápida pela internet, é possível ver o frenesi de promessas em torno do token. Contudo, no período, a desvalorização foi de R$ 80,52%.
O que está por trás da queda dos NFTs
Por trás destas quedas estaria o burburinho de Wall Street, que tem flertado com o “bear market”. Traduzido como “Mercado do Urso”, é a expressão utilizada para definir o nível técnico que indica tendência de queda da bolsa de valores. Assim como as moedas passam pelo período de turbulência, os NFTs não passam ilesos. Soma-se à isso o cenário de quedas das criptomoedas, com o bitcoin andando de lado há semanas.
De acordo com Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb, com as constantes variações, e, por consequência, menos os tokens valendo à pena, o investidor precisa ser ainda mais cauteloso. “O mercado, no último ano, vem se deteriorando fortemente, por isso devemos usar o momento para apertar os cintos e guardar o dinheiro. Já que estamos vivendo um período com juros altíssimos e risco gigantesco, devemos optar pela cautela”, sustenta.
Completam a lista de desvalorização os NFTs: Theta (79,02%), Tezos (68,33%) Ape (65,08%) e CHZ (36,20%).
Por Gabriela da Cunha, do Valor Investe
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