Gestor argentino zera posições líquidas no Brasil e aposta contra Ibovespa para 2025
O gestor argentino Nicolas Poletti zerou sua posição em ativos brasileiros devido ao desânimo com os rumos dos ativos de risco e à inviabilidade do mercado brasileiro. Ele abriu uma posição ‘short’ no Ibovespa e realocou seus investimentos para México e Chile, que oferecem maior previsibilidade e oportunidades.
Gestor argentino especializado em América Latina, Nicolas Poletti, da Fundamenta Capital, zerou toda a posição de ativos líquidos de renda variável do Brasil, o principal mercado da região.
O motivo, ele conta, envolve o desânimo do agentes financeiros com os rumos dos ativos de risco frente opções mais quentes e viáveis no bloco. Entre as opções mais viáveis, ele coloca o Chile, o México e até a própria Argentina de Javier Milei.
“Ao longo do segundo semestre, quando ficou evidente que o Banco Central aumentaria os juros de forma significativa, zeramos nossa posição líquida no Brasil”, afirmou. O gestor há um ano mantinha 30% do portfólio líquido em ações brasileiras como Klabin (KLBN11), Suzano (SUZB3) e Embraer (EMBR3).
Poletti foi o entrevistado de janeiro do PodInvestir, podcast da Inteligência Financeira e que trata de investimento e economia com os principais nomes do mercado financeiro.
Para ouvir o programa na íntegra, basta clicar aqui, para o Spotify. Ou aqui, para o YouTube. O PodInvestir também está disponível nas principais plataformas de áudio do mercado.
Gestor argentino: Brasil está inviável
Para o gestor argentino, que atende basicamente brasileiros e argentinos, o custo para investir no mercado brasileiro atualmente é inviável. Segundo ele, “o carrego contra é gigantesco”.
“Com os juros nesse patamar, é praticamente impossível imaginar um fluxo positivo para a bolsa brasileira”, ele afirma.
Segundo o especialista, a questão política também inviabiliza oportunidades. “Para investir no Brasil, preciso de uma economia mais estável e equilibrada, mas o cenário atual ainda apresenta muitos riscos e falta clareza sobre o equilíbrio econômico”, destacou.
Short em Ibovespa
Assim, com poucas chances de ganhar com a alta das ações do Brasil, o gestor argentino que administra US$ 450 milhões (cerca de R$ 2,7 bilhões), quer tentar faturar com a baixa. Então, ele abriu uma posição short (ou vendida) no principal índice da bolsa, o Ibovespa.
“A maior parte da nossa carteira short atualmente está no índice, que oferece uma liquidez gigantesca e me permite ajustar o posicionamento no Brasil em questão de minutos, se necessário”, afirmou.
México e Chile
Ao contrário do Brasil, hoje a carteira da Fundamenta tem o grosso de suas apostas alocadas em dois mercados: México e Chile.
No vizinho sul-americano, o destaque é a previsibilidade de uma economia que cresce com baixos solavancos. No México, apesar da vitória acachapante da progressista Claudia Sheinbaum, do Movimento de Regeneração Nacional, os sinais têm sido contidos. E, por isso, positivos.
A Argentina, apesar do sucesso em 2024, segundo ele, deve vir um pouco mais contida neste ano.
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