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Bitcoin recupera terreno pelo segundo dia após testar ‘fundo do poço’
O bitcoin e as principais criptomoedas sobem pelo segundo dia seguido após testarem novas mínimas no mês de agosto. O movimento segue a melhora nos ativos de risco, particularmente os futuros da Nasdaq, que têm uma sensível recuperação nesta terça após as perdas na véspera e na sexta-feira por conta de ajuste na política monetária pelo Federal Reserve.
Investidores do segmento digital veem a resiliência do bitcoin, que ontem voltou a oscilar acima de US$ 20 mil, como possível sinal de que a maior das criptomoedas encontrou seu “fundo do poço” logo abaixo de US$ 20 mil. A mesma tendência acontece com o ether, a segunda maior divisa digital, porém, na casa de US$ 1.500.
Outros como o veterano Mark Mobius consideram o bitcoin, que subiu na segunda ainda antes de Wall Street, como uma espécie de indicador antecedente do que vai acontecer nas bolsas de Nova York.
O bitcoin chegou a atingir US$ 19.540 no domingo, seu menor valor desde 13 de julho, quando bateu em US$ 19.310. Já o ethereum recuou para US$ 1.424 na manhã da segunda, marcando a menor cotação desde 27 de julho, de US$ 1.421.
Perto das 9h (horário de Brasília), o bitcoin tinha alta de 2,8% em 24 horas, negociado a US$ 20.395,28. Já o ether, moeda digital da rede ethereum, subia 9,3% a US$ 1.583,23, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas somava US$ 1,04 trilhão. Em reais, o bitcoin registrava alta de 1,84% a R$ 103.204 e o ethereum avançava 8,02% a R$ 8.029,81, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Segundo André Franco, chefe de pesquisa do MB, a terça-feira começa positiva para o segmento cripto, com sensível recuperação do bitcoin e do ethereum. Ele chama a atenção para o fato de que a atualização do ethereum, que motivou forte alta da moeda digital, parece importa menos nesse momento do que alta dos futuros da Nasdaq, mostrando a alta correlação do universo cripto com os ativos de risco de Wall Street.
“Nos dados on-chain seguimos vendo o aumento de posição dos investidores de longo prazo (long-term holders), que estão acumulando em um ritmo próximo de 5 a 10 mil bitcoins por dia”, disse.
“O bitcoin está mostrando alguma resiliência aqui, pois voltou acima do nível de US$ 20 mil, apesar da fraqueza generalizada do mercado de ações”, disse o analista sênior da Oanda, Ed Moya, em nota. “Os traders de criptomoedas não estão acostumados a ver o bitcoin resistir a uma derrocada em Wall Street, então isso pode ser um sinal promissor”, completou, segundo a Bloomberg.
Na avaliação de Tasso Lago, gestor de fundo privado em criptomoedas e fundador da Financial Move, a recuperação do bitcoin se deve ao atingimento do patamar gráfico de suporte dos US$ 20 mil, o topo histórico do ciclo de avanço de 2017/2018. “Já vinha comentando que não acreditava que ia cair mais do que isso e chegar novamente ao fundo dos US$ 18 mil”, afirma.
Em relação ao ethereum, Lago avalia que a criptomoeda deve continuar subindo devido à expectativa pela atualização conhecida como “The Merge”, uma vez que está programada para o dia 15 a migração da rede Ethereum do sistema de validação Proof of Work (PoW) para Proof of Stake (PoS). Esta é a maior e mais aguardada atualização da história do protocolo.
Já Isac Honorato, especialista em criptoativos da Foxbit, diz que a dominância do bitcoin sobre o restante do universo das criptomoedas voltou a subir nas últimas horas, em um sinal de que as altcoins menos conhecidas estão performando pior do que as principais redes.
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