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Veja as 10 ações recomendadas por especialistas para investir em setembro
O Ibovespa fechou agosto com valorização de 6,16%, com destaque para as ações ligadas à economia doméstica, especialmente as instituições financeiras. Foi a maior alta desde janeiro deste ano, quando o índice avançou 6,98%.
A entrada de capital estrangeiro impulsionou os negócios na bolsa brasileira em grande parte do mês, mas otimismo baixou nos últimos dias.
Isso diante da piora da percepção de risco associada à continuidade do processo de alta dos juros nos Estados Unidos e na Europa.
O aperto monetário global deve continuar em evidência no radar dos investidores em setembro.
Aqui no Brasil o mercado praticamente todo já avalia que o ciclo de altas da Selic será encerrado com a taxa em 13,75% ao ano – o que pode ser bom para os ativos brasileiros.
Lá fora, principalmente nos EUA, os agentes financeiros ainda não sabem quando os juros vão parar de subir.
Ao menos Jerome Powell, o presidente do Fed, sinalizou que só quando a inflação estiver totalmente sob controle.
Com a divulgação de indicadores nas próximas semanas mostrando a evolução dos preços, captando se a economia global pode estar mais ou menos aquecida, e a eleição presidencial no Brasil pegando foco, tudo indica que setembro vai repetir a volatilidade dos meses anteriores.
Para ajudar no seu processo de decisão de investimento, a Inteligência Financeira selecionou 10 ações recomendas por gestoras e casas especializadas em renda variável para ter no radar. Confira a seguir:
PRIO (antiga PetroRio) – PRIO3
“É uma produtora independente de petróleo focada 100% em campos offshore (marítimos), beneficiando-se da integração de mais de um campo por meio de um único FPSO (navio utilizado pela indústria petrolífera para a exploração, armazenagem e escoamento do petróleo e/ou gás natural). A integração, realizada por meio de uma tecnologia chamada de ‘tieback’, gera redução de custos operacionais e necessidade de capex. Temos uma visão construtiva sobre as produtoras independentes de petróleo, as chamadas ‘Juniors’, baseada nas perspectivas de crescimento e em patamares altos de preços de petróleo nos próximos meses. Nesse universo, a PRIO é a nossa preferida. A companhia possui o maior tamanho de reservas em comparação aos seus pares, sendo uma reserva com maturidade abaixo da média do País e concentrada em poucos ativos. Nossa tese de investimento na PRIO é baseada em um potencial de crescimento expressivo, apoiado por oportunidades orgânicas e inorgânicas. Além dos campos que ainda vão ser incorporados e desenvolvidos ao longo dos próximos anos (Albacora Leste e Wahoo), enxergamos dois potenciais drivers de valor: a estabilização da produção no poço ODP4 no campo de Frade no patamar de 15 mil barris por dia e a aquisição de Albacora Oeste, que poderia adicionar R$ 22/PRIO3 ao nosso preço-alvo de R$ 45/PRIO3, de acordo com nossas estimativas”, destaca o time de estratégia do Itaú BBA.
Assaí – ASAI3
“Enxergamos com bons olhos a estratégia de expansão geográfica da companhia, com a conversão e integração das 70 lojas adquiridas do Extra como ponto-chave na medida em que as novas lojas são bem localizadas e têm pouca sobreposição com as lojas atuais do Assaí, além de já entrarem em um estágio mais avançado da curva de maturação. A companhia começou a entrega das lojas convertidas do Extra no fim de julho e mantém seu guidance de realizar a abertura de 40 dessas lojas ao longo do segundo semestre de 2022 e das outras 30 em 2023, além das aberturas orgânicas, que somadas às conversões consolidam a abertura de 96 lojas em dois anos, expandindo em 45% a base de lojas da companhia. Além disso, vemos a estratégia de maior autonomia dos escritórios regionais com adaptação de sortimentos e a retomada da força do B2B que começou no 2T22 com a volta de bares e restaurantes e deve continuar ao longo dos próximos trimestres como catalisadores na expansão da companhia”, aponta a equipe de research da Ativa.
Aliansce Sonae – ALSO3
“É uma das empresas mais tradicionais no setor (de shoppings). Vinda de uma aquisição recente, da Sonae Sierra, a empresa conseguiu emplacar com sucesso a aquisição da BR Malls, consolidando a sua posição como líder no setor. O empresário de referência da Aliansce, Renato Rique, é conhecido pelo seu sucesso. Operacionalmente, o setor ainda se encontra aquém de onde estava antes da pandemia e vislumbramos bastante espaço para melhora. Depois da fusão, projetamos para a nova companhia uma geração de caixa (EBITDA) de quase R$ 2 bi e um lucro líquido na casa dos R$ 840 milhões. A companhia negocia amplamente abaixo do book e em múltiplos historicamente baixos de lucro e EBITDA, tendo espaço para alta vindo tanto de melhora da percepção do mercado quanto de melhoras operacionais”, comenta Phil Soares, chefe de análise de ações na Órama.
Grupo Fleury – FLRY3
“É uma organização voltada para o setor de saúde no Brasil, que oferece uma das mais completas soluções em medicina diagnóstica no país. A companhia possui 96 anos de história, e conta com uma rede de 13,5 mil funcionários e 3,2 mil médicos. A companhia conta também com bons indicadores ESG, contribuindo para a sustentabilidade do sistema de saúde. No último trimestre a companhia anunciou a incorporação das ações de outra gigante do setor de saúde que é o Grupo Hermes Pardini, o que resulta na combinação de negócios entre os dois players. A receita combinada de ambos os grupos é de R$ 6,1 bilhões, com um EBITDA aproximado de R$ 1,6 bilhão. Com a combinação de negócios a presença do grupo em território nacional será de 487 unidades de atendimento, com um total de 20,8 mil colaboradores e 4,3 mil médicos, além de 39 marcas. Vale frisar que a combinação de negócios entres os dois grupos está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)”, avalia a equipe de analistas da Toro.
Arezzo – ARZZ3
“Fundada em 1972, a Arezzo é hoje a maior marca de varejo de calçados da américa latina. A companhia possui um modelo de negócios baseado em um grande número de franquias e cadeia produtiva amplamente terceirizada, possuindo, atualmente, mais de 356 lojas em mais de 180 municípios. Além disso, a companhia possui uma forte diversificação de portfólio, sendo um player competitivo e relevante para diferentes e diversos públicos. Com seu modelo de negócios inteligente, a companhia consegue apresentar uma eficiência operacional muito competitiva, reduzindo necessidade de constantes investimentos e casualidades de SG&A e maximizando retorno a seus acionistas. Além disso, vale ressaltar o ritmo de aquisições e parcerias firmadas pela companhia nos últimos meses, especialmente voltadas a uma maior digitalização e ‘multicanalidade’ nos canais de vendas do portfólio, o que nos torna otimista quanto às expectativas de crescimento orgânico. No 2T22 o faturamento líquido da companhia no trimestre foi de R$ 945 milhões, um crescimento de mais de 70% vs o 2T21, com destaque para a própria marca Arezzo , para a AR&CO (que detém a marca Reserva) e para as marcas menores companhia, incluindo algumas aquisições estratégicas que foram feitas ao longo dos últimos 12 meses. Também foi importante o crescimento da operação internacional, que teve expansão (em dólares) de quase 75% na receita bruta, totalizando R$ 120 milhões. A operação de e-commerce parece ter chegado para ficar”, observa Rodrigo Crespi, analista da Guide.
MRV – MRVE3
“Acreditamos que as perspectivas para as construtoras de baixa renda melhoraram muito (após as mudanças recentes no programa Casa Verde e Amarela, esperamos uma boa recuperação de margens e vendas no nicho de baixa renda – a MRV deu um guidance para margem bruta acima de 30% de novas vendas no 1S23). Além disso, a MRV está bem posicionada para ganhar participação de mercado no programa CVA (já que os players menores não têm capital e banco de terrenos para crescer as operações) e sua rentabilidade deve se recuperar nas operações no Brasil (sem contar que a perspectiva para a Resia – subsidiária da MRV nos EUA – está crescendo muito com as operações). Encontramos um bom espaço para valorização na ação”, apontam os estrategistas do BTG Pactual.
Marcopolo – POMO4
“É uma fabricante de carrocerias de ônibus, com produção no Brasil e no exterior (EUA, México, Colômbia, Argentina, China, Austrália, dentre outros), com mais de 70 anos de história. A empresa está exposta a diferentes modelos de ônibus, incluindo os rodoviários (usados pelo setor de turismo, por exemplo), intermunicipais (operados por empresas de transporte metropolitano) e micros. Após os fortes impactos no setor de turismo e de transporte urbano decorrentes da pandemia, estimamos que a demanda por novos ônibus chegou em um ponto de inflexão, o que deve destravar volumes de entregas da Marcopolo nos próximos trimestres com uma composição de mix interessante. Além disso, a empresa também deve fazer entregas relevantes relacionadas ao programa do governo federal Caminho da Escola nos próximos trimestres. A recuperação de demanda, combinada a um mix melhor, deve impulsionar as margens da companhia. Por último, o cenário de custos também tem se tornado mais favorável, com tendências de queda nos preços das commodities, gerando um alívio adicional para as margens”, destaca o time de estratégia do Itaú BBA.
Raia Drogasil – RADL3
“Enxergamos com bons olhos a estratégia de uma expansão orgânica assertiva, o aprimoramento do digital, a evolução do seu marketplace e a estratégia de transformar as farmácias em health hubs. Dessa forma, vemos ela bem-posicionada para aumentar o LTV de seus clientes, com aumento da frequência de interação e do gasto médio de seus consumidores. Além disso, a companhia possui um bom track record de expansão e ganhos de participação de mercado e vemos ela se beneficiando de uma demanda mais inelástica e defensiva do setor de farmácias”, avalia a equipe de research da Ativa.
Porto – PSSA3
“Incluímos Porto na carteira recomendada de setembro por acreditarmos em uma recuperação dos resultados da companhia nos próximos trimestres, principalmente na divisão de seguros de automóveis, considerando o bom desempenho de prêmio emitido que empresa tem apresentado, e a provável queda de sinistralidade (com a normalização do preço dos automóveis)”, comentam os estrategistas do Safra.
Weg – WEGE3
“Os fundamentos da Weg estão mais fortes do que nunca, refletindo sua entrega impressionante durante a pandemia, reforçando seu modelo de negócios à prova de crises. Em um mercado tão incerto, vemos a WEGE3 como uma escolha defensiva (exposição a USD em termos de ROIC). A longo prazo, a Weg está fortemente exposta a várias tendências de fabricação sólidas em todo o mundo: (i) mobilidade elétrica, com grandes investimentos das montadoras na eletrificação da frota; (ii) eficiência energética, uma vez que os custos de energia mais elevados aumentam a necessidade de reduzir o desperdício de energia; (iii) digitalização e automação; e (iv) energia renovável, à medida que o mundo migra para uma matriz de energia mais verde. Negociada a 27x P/L em 2023, o valuation atual da Weg implica um pequeno prêmio vs. outros nomes globais de bens de capital”, consideram os estrategistas do BTG Pactual.
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