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Ações ou FIIs: qual deles é a melhor opção, se você está pensando no longo prazo?
A renda variável ainda assusta muitos investidores, afinal, são investimentos cujo retorno é imprevisível. Isso sem contar a sua diversidade. Além das ações, há também os FIIs, que entram na aba dos fundos de investimento, fundos de índice (ETFs), BDRs e criptomoedas. Ufa!
É inegável que a soma de investimentos no Brasil está crescendo. Tanto que até bem pouco tempo atrás havia um número bem restrito de ações e FIIs, por exemplo. Mas, qual é mais vantajoso: ações ou FIIs no longo prazo?
Segundo uma pesquisa feita pela B3, houve um aumento de 80% de investidores na bolsa de valores desde 2020. Isso representa 19,4 milhões de pessoas, sendo que 16,3 milhões de pessoas optaram pela renda fixa contra apenas 5,1 milhões que optaram pela renda variável – entre os ativos mais buscados estão ações e FIIs no longo prazo.
Por isso vamos esclarecer algumas dúvidas dos ativos mais comuns entre os investidores. E vamos focar em uma dúvida recorrente: o que é melhor: ações ou FIIs, pensando no longo prazo?
Vale dizer que tanto ações ou fiis no longo prazo são boas opções de investimento de renda variável, mas cada uma tem sua característica. A diversificação é sempre a melhor estratégia, mas saber sobre seus investimentos é fundamental.
Qual é o melhor produto: ações ou FIIs no longo prazo?
Tanto Ângelo Belitardo Neto, diretor de gestão na Hike Capital, como Danilo Bastos, analista da Ticker Investimentos são categóricos ao dizer que o ideal seria diversificar a carteira, ou seja: ter os dois produtos, ações e FIIs, pensando no longo prazo.
Caso ainda não seja possível variar tanto seu portfólio, o ideal é entender, então, não apenas qual é sua tolerância ao risco, mas, principalmente, quais são os seus objetivos.
Então, os analistas indicam que você observe seus objetivos. Se você pretende alcançá-los daqui a 20, 30 anos ou mais, como viver de renda na aposentadoria, o fundo imobiliário pode ser mais adequado para você.
Já se o seu objetivo está mais próximo – e você tem uma boa reserva de emergência -, o investimento em ações pode se adaptar melhor às suas necessidades.
Ações: você se torna sócio na alegria e na tristeza
Ações são uma parcela da empresa, ou seja, ao comprar uma ação você se torna sócio. Dependendo do tipo, você pode até contribuir com as decisões da empresa como votação em assembleia. Se a empresa vai bem, muitos lucros. Se vai mal, pode ser que você tenha prejuízo.
“Investimento em ações é para o investidor que visa acumular capital em um prazo mínimo de cinco anos. O investidor deve se aproximar e familiarizar com o mercado de ações para entender que trata-se de uma classe de investimento volátil, cujo preço das ações pode se distanciar dos fundamentos da empresa”, diz Ângelo Belitardo Neto, diretor de gestão na Hike Capital.
Existem 4 principais estratégias para investimento em ações. A primeira é a estrategia de crescimento nos dividendos em empresas resilientes e líderes de mercado (perfil mais conservador), a segunda é investir em empresas em crescimento alavancado com dívidas, a terceira é em empresas de commodities em cenários de baixa na cotação da matéria prima e por último empresas cíclicas e em reestruturação.
Quais ações priorizar?
Por isso é tão importante entender o seu estilo de investidor. “O investidor de ações deve usufruir dos momentos de crise para ir, de forma gradual, adquirindo ações de empresas de diferentes classes com desconto. Além disso, o investidor deve entender qual classe de ações mais combina com o seu estilo de investidor”, diz.
E completa: “o investidor mais conservador deve priorizar ações de empresas resilientes. Em cenários de estresse na economia, o investidor mais agressivo poderá liberar um pequeno espaço em sua carteira para adquirir ações descontadas, de ótimas empresas, presentes em setores mais sensíveis.”
Mas nem tudo é só vantagem. Por conta da oscilação do mercado -e as turbulências na economia global- o valor das ações pode variar de forma agressiva.
Trocando em miúdos: a desvantagem das ações é a impossibilidade de contar com o valor investido para necessidades de liquidez em curto prazo. “A depender da classe das ações que o investidor possui exposição, poderá carregar prejuízos por anos, comum nas classes de ações de empresas alavancadas, cíclicas, ou empresas que estão passando por fortes reestruturações”, completa Belitardo Neto.
Uma dica de ouro: em se tratando de renda variável, tudo pode mudar. Então, investir em uma ação não significa esquecer dela. Você deve acompanhar o desempenho, ficar de olho em mudanças de gestão, ver se as teses estão sendo cumpridas.
Fundos imobiliários: um relacionamento sério
O Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são, como o próprio nome sugere, fundos que investem em empreendimentos do setor imobiliário (shoppings, prédios comerciais, galpões logísticos, hospitais, hotéis, entre outros).
É como se fosse uma espécie de condomínio onde vários investidores compram cotas e, com o capital reunido, o imóvel é construído.
O investidor não tem direito ao imóvel, apenas aos rendimentos provenientes do aluguel dos imóveis que compõem o fundo, pelos juros dos títulos de dívida imobiliária e pela valorização dos imóveis ao longo do tempo. Por isso o retorno não ocorre da noite para o dia.
“Uma carteira de investimento deve ser montada de acordo com o perfil do investidor, não só a respeito a tolerância ao risco, mas também quais são os seus objetivos. Fundos imobiliários são ativos que performam bem no longo prazo, então ele só se enquadra se você não precisar do dinheiro a curto prazo”, diz Danilo Bastos, analista da Ticker Investimentos.
E ainda completa: “gosto de frisar essa questão do prazo porque vejo que a maioria das frustrações que a gente vê nos investidores em fundo imobiliário é a expectativa de curto prazo. A gente só vai conseguir medir performance de maneira correta após atravessar um ciclo de juros completo, já que o fundo imobiliário é muito sensível a juros e ao ciclo imobiliário”.
Por que os investidores gostam de FIIs?
Os rendimentos são distribuídos periodicamente aos cotistas, geralmente de forma mensal, trimestral ou semestral. Então, esse é um dos motivos pelos quais muitos investidores se interessam pelo investimento.
“O fato dele ser um excelente pagador de dividendos dá uma possibilidade muito grande de ser utilizado como ferramenta no planejamento financeiro pessoal. Você tá na fase de acumulação de patrimônio, você vai reinvestir o dividendos”, diz Bastos.
Outra vantagem é a flexibilidade de resgate. “A vida não é tão teórica assim. A gente vai passar perrengues diversos, tanto pessoal como uma doença, como em sociedade, como a pandemia. É possível direcionar o fluxo de dividendos para esses imprevistos. O ideal obviamente é você não fazer isso muitas vezes ou muito tempo porque isso vai prejudicar sua construção patrimonial, mas é uma ferramenta que te dá essa possibilidade”, completa.
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