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Tesouro IPCA+ hoje pode render mais de 100%; Itaú BBA vê espaço para alocação em janeiro
Expectativas de inflação fora da meta até 2026 e de piora do índice de preços puxada pelo setor de serviços abriram uma oportunidade de investimento no Tesouro Direto IPCA+ hoje, segundo relatório do Itaú BBA. Em um horizonte de dez anos, o prêmio de risco ao investir nesse tipo de título do Tesouro Direto pode render pouco mais de 100%. Este é o cálculo de analistas que recomendam investir no ativo
Mas a equipe de estratégia em renda fixa e crédito privado do Itaú BBA alerta que é melhor apostar no Tesouro IPCA+ de longo prazo, porque o aumento da Selic deve tornar títulos atrelados aos juros mais favoráveis para navegar incertezas de curto prazo.
Tesouro IPCA+ de longo prazo hoje pode render 106%
A mistura de surpresa desagradável na inflação de 2024, que encerrou o ano em 4,71% (IPCA-15) frente aos 3,90% projetado por economistas do Boletim Focus em janeiro, coloca pressão sobre os títulos atrelados ao juros reais.
Para o Itaú BBA, além da pressão inflacionária, a desvalorização do câmbio têm impacto direto na política de juros.
Isso ajuda, por sua vez, a sustentar taxas altas dos títulos prefixados e híbridos do Tesouro Direto: o Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+.
“Assim, o mercado projeta que a Selic pode atingir 16% neste ano”, diz o Itaú BBA em relatório. “Isso enquanto a taxa média anual para os próximos 10 anos está precificada ao redor de 14,5% neste momento”, dizem os analistas. “Além disso, os juros reais (taxa dos títulos IPCA+) para o mesmo horizonte de tempo estão em torno de 7,5% ao ano.”
E, com taxas de 7,5% ao ano, o Itaú calcula que o Tesouro IPCA+ hoje pode render 106% além da inflação. O retorno considera o período de dez anos.
No início de 2024, a mesma taxa para o título híbrido era de 5,3%. O prêmio, assim, equivalia a um retorno de IPCA mais 68% no mesmo período de dez anos.
Dessa maneira, o Itaú BBA recomenda a investidores que aportem em Tesouro IPCA+ com prazo médio superior a cinco anos.
“Esta parcela já embute cenário de taxa Selic acima de 16% a.a. no próximo ano e inflação superando consistentemente o teto da meta de inflação no período, podendo ainda se beneficiar de cenário mais brando de inflação nos próximos trimestres.”
No mercado primário – site do Tesouro Direto –, isso significa investir hoje, por exemplo, ou no Tesouro IPCA+ 2035 ou Tesouro IPCA+ 2045.
No curto prazo, fique com Tesouros Selic e Prefixado
Contudo, para superar a volatilidade do mercado financeiro no curto prazo, assim como um cenário mais estressado na curva de juros, o Itaú BBA recomenda ficar no título livre de risco da renda fixa: o Tesouro Selic.
A duração do investimento, portanto, deve se limitar a um horizonte mais curto que o do Tesouro IPCA+, como títulos com vencimento em 2027. O Tesouro Selic continuará com “rentabilidades muito atrativas”, seja no retorno nominal ou descontado pela inflação, avalia o Itaú BBA.
“O que torna estes instrumentos a melhor escolha para navegar o curto prazo.”
Outra alternativa, segundo o time de estratégia em renda fixa do banco, é optar por aportes no Tesouro Prefixado. Hoje, esse tipo de título do Tesouro Direto paga 15,45% ao ano, contra o Tesouro Selic e Tesouro IPCA+.
O Itaú BBA recomenda investir em prefixados com prazo de vencimento médio de dois a três anos.
“Esta parcela já embute cenário de taxa Selic acima de 16% a.a. no próximo ano e inflação superando consistentemente o teto da meta de inflação no período, podendo ainda se beneficiar de cenário mais brando de inflação nos próximos trimestres”, dizem analistas.
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