Tesouro Direto ou LCI: qual é o melhor investimento agora?
Compare opções de renda fixa para fazer seu dinheiro render com baixo risco
Rentabilidade sem grandes riscos. É assim que você e boa parte dos investidores gostam de investir. Neste sentido, dois títulos disputam seu bolso: Tesouro Direto ou LCI. Em geral, essas aplicações estão entre as opções de renda fixa mais rentáveis do mercado.
Para te mostrar os melhores caminhos para seus investimentos, a Inteligência Financeira conversou com Christopher Galvão, analista de renda fixa da Nord Research. Christopher explica quais são as diferenças entre os dois ativos, com os pontos positivos e negativos de cada um. Bora lá!
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O que é o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é um tipo de investimento de renda fixa em que você pode comprar e vender títulos públicos. “Quando investe no Tesouro Direto, você está emprestando dinheiro para o governo”, explica Christopher.
Se é seguro? É um dos investimentos considerados mais seguros do mercado porque está atrelado ao Tesouro Nacional. Saiba mais sobre Tesouro Direto aqui.
Existem diversos tipos de títulos do Tesouro Direto, com características também variadas. O Tesouro Renda+, por exemplo, é recomendado para quem quer criar uma aposentadoria complementar.
Diferentemente dos outros títulos, seu resgate é feito em 240 parcelas para que o investidor receba um valor mensal durante 20 anos.
Outra opção, que é uma das mais conhecidas, é o Tesouro Selic. Seus títulos são pós-fixados e, como o nome já entrega, têm rentabilidade atrelada à taxa Selic.
Há ainda títulos prefixados e atrelados ao IPCA.
O que é a Letra de Crédito Imobiliário (LCI)?
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI), por outro lado, é emitida por uma instituição financeira. Ou seja, quando você investe em LCI, está emprestando dinheiro para o banco.
O mesmo ocorre, por exemplo, quando você faz um CDB. A diferença é que, na LCI, seu dinheiro deve necessariamente financiar um empreendimento imobiliário.
“Em geral, bancos com risco mais alto oferecem taxas mais altas”, alerta o especialista. Por outro lado, o que faz todo sentido, bancos mais conservadores acabam pagando uma taxa mais próxima à do Tesouro Direto.
A dica? “Para investir nesses títulos é importante checar a avaliação do banco emissor, saber se ele é seguro ou não”, diz ele.
É hora de investir em LCI?
Será que este é o melhor momento para investir em LCI? “Sim, LCIs são interessantes neste momento”, afirma o analista de renda fixa da Nord Research.
Na opinião do especialista, as Letras de Crédito Imobiliário podem ser boas opções, inclusive para criar uma reserva de oportunidade com títulos pós-fixados de liquidez diária que você possa resgatar a partir de 90 dias.
Esse, aliás, é um ponto de atenção: nem sempre LCIs têm liquidez diária, mas há opções que oferecem essa vantagem depois que você cumpre um período mínimo de aplicação. Fique atento a essas condições na hora de escolher o investimento.
“Lembrando que, nesse caso, você pode ter liquidez sem ter de pagar imposto de renda sobre a remuneração do período”, ressalta. Como assim? É isso mesmo, anote aí: LCIs são isentas de IR.
É hora de investir no Tesouro Direto?
Também pode ser uma boa, mas o especialista ressalta que depende do indexador.
“Títulos pós-fixados, ou seja, Tesouro Selic, continuam sendo – e possivelmente serão sempre – boa alternativa para criar reserva de emergência”, diz ele.
Os prefixados, por outro lado, não o agradam muito neste momento. Confira mais abaixo como escolher o indexador ideal para suas perspectivas.
Como escolher o melhor entre LCI ou Tesouro Direto
Para saber qual é o melhor investimento para você entre Tesouro Direto ou LCI, é preciso levar em conta alguns requisitos. Vamos a eles.
O que rende mais: LCI ou Tesouro Direto?
Direto ao ponto: quem rende mais entre Letra de Crédito Imobiliário e Tesouro Direto? “De modo geral, LCIs rendem mais”, afirma Christopher.
Confira abaixo a simulação de rentabilidade que a Nord Research preparou a pedido da IF, comparando um investimento de R$ 50 mil no Tesouro Selic com o mesmo valor aplicado em LCI:
Ou seja: a tabela acima nos mostra que, na média e com os dados econômicos atuais (juros a 13,75% ao ano, taxas, prêmios), a LCI é mais vantajosa.
Agora veja: lucro passado não garante a rentabilidade futura. Mas nos ajuda a ver para onde o investimento caminha.
“Se você pretende levar o título até o vencimento, elas podem ser opções mais interessantes, desde que – ressalto novamente – você conheça o emissor para quem está ‘emprestando’ seu dinheiro”, diz ele.
Afinal, como ele explicou, no Tesouro Direto você está emprestando dinheiro para o governo enquanto na LCI você é credor do banco emissor do título. Se é arriscado? Depende de quem for o banco.
Mas vale considerar que não estamos falando de altos riscos. Estamos considerando opções mais e menos arriscadas entre investimentos e baixo risco, ok? Isso porque a Letra de Crédito Imobiliário tem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
O que isso quer dizer? Que se você o banco emissor da sua LCI tiver problemas financeiros, o FGC garante o pagamento do seu investimento. Atenção, porém, porque o valor máximo garantido é de R$ 250 mil por CPF em cada instituição financeira.
Impostos: LCI leva vantagem
LCIs são isentas de Imposto de Renda. “Isso significa que um LCI a 93% do CDI com vencimento de um ano equivale a um CDB de 113%”, diz o especialista. “Fazer essa comparação é importante”, alerta.
O Tesouro Direto, por outro lado, segue o desconto regressivo de IR, que vai de 22,5%, para aplicações de até 6 meses, a 15%, para aplicação com mais de 2 anos.
Liquidez: ponto para Tesouro Direto
Títulos do Tesouro Direto têm liquidez diária. As LCIs, como já dissemos, nem sempre oferecem essa vantagem. Boa parte só pode ser resgatas no vencimento, mas há aquelas opções que oferecem liquidez depois de um período de “carência” da aplicação.
“É um ponto que deve ser considerado, especialmente você estiver entrando na operação para ganhar com marcação a mercado”, diz o especialista.
Se esse for o caso (ou até se você acha que pode ter de fazer o resgate antes da data esperada), um título prefixado do Tesouro talvez seja mais interessante. “Sua alta liquidez, ou seja, a possibilidade de vender a qualquer momento, favorece quem quer vender antecipadamente”, afirma.
Tipos de remuneração: empate entre LCI e Tesouro
Tanto Tesouro Direto quanto LCIs têm opções com taxas pós-fixadas (atreladas ao CDI), prefixadas e híbridas (atreladas à inflação). Ou seja, neste quesito, os dois estão empatados.
Pré, pós ou híbrido: como escolher o melhor indexador?
Entre os tipos de remuneração, como saber qual é a melhor alternativa para você neste momento? “Depende da sua perspectiva”, afirma Christopher.
Para entender, ele lembra que a taxa prefixada é a média esperada pelo mercado para Selic durante aquele determinado período. “Ou seja, se a taxa prefixada for de 10%, essa é a média que o mercado espera da Selic”, explica.
Portanto, se você acha que a Selic tende a subir, pode valer mais a pena investir no pós-fixado. “Se sua interpretação estiver certa, você vai ganhar com isso”, diz ele.
Por outro lado, se você acredita que a prefixada taxa está alta para o período, pode ser mais interessante já travar seu título com esse valor. “Se você acertar e a Selic de fato render menos nesse período, você terá sua rentabilidade garantida, ganhando mais no pré do que no pós-fixado”, conclui.