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O que você pode aprender com um perfil de investidor diferente do seu?
Investidores conservadores, moderados e agressivos podem aprender uns com os outros. Diversificar investimentos e ajustar carteiras conforme objetivos e cenários econômicos são estratégias essenciais para maximizar ganhos e minimizar riscos.
Saber o perfil de investidor é um passo importante para quem busca estruturar uma carteira de investimentos. Assim, é possível evitar eventuais perdas com as quais não se sinta confortável ou, por outro lado, maximizar ganhos.
Não obstante, investidores conservadores, moderados e arrojados têm muito para aprender uns com os outros. Clay Gonçalves, planejadora financeira CFP pela Planejar, defende que cada um deve buscar uma carteira que se adeque aos seus objetivos de vida, alinhando isso às características de liquidez, risco e rentabilidade dos ativos.
“Essa abordagem desvincula o perfil pessoal do investidor como fator preponderante para a escolha dos ativos. O cenário econômico, que pode oferecer diferentes desafios em diferentes momentos, também influenciará esta carteira”, diz. Então, veja abaixo o que você pode aprender com um perfil de investidor diferente do seu.
Perfil de investidor conservador
O investidor conservador é aquele mais avesso ao risco, com baixa capacidade de assimilar perdas. Mas Viviane Ferreira, planejadora financeira CFP pela Planejar, diz que o grupo pode, assim como seus pares mais agressivos, diversificar mais seus investimentos.
“Ele deve ter clareza sobre qual o percentual da carteira dele é destinada para um prazo acima de 5 anos e diversificar até 10% desta parcela do investimento em um investimento arrojado”, diz, citando títulos atrelados à inflação ou até mesmo renda variável. “Mas isso é para o longo prazo. A reserva de segurança, por exemplo, não entra nisso.”
Investidor moderado
Pessoas com perfil de investidor moderado, por sua vez, buscam um equilíbrio entre segurança e rentabilidade. Pois bem, isso já pressupõe uma sensibilidade maior ao mercado e capacidade de se adequar ao cenário para buscar melhores retornos sem se expor a tantos riscos.
Consequentemente, diz Viviane, pode absorber boas práticas de conservadores e de arrojados. Por um lado, entender a importância de se ter ativos seguros na carteira. E, por outro lado, aprender com players mais experientes a aproveitar momentos de baixa do mercado para investir com estratégia.
Investidor agressivo
O agressivo deve ser um investidor com mais conhecimento técnico e mais experiência, portanto o grupo mais preparado para lidar com oscilações do mercado. Todo esse preparo, entretanto, não elimina riscos e espaço para aprendizado. Às vezes, opina Viviane, tomar a decisão mais simples é mais difícil.
“Os investidores arrojados podem ser influenciados por ensinamentos de investidores do mercado americano, porém nossa realidade é diferente. A taxa de juros americana historicamente é muito baixa, bem abaixo dos 5% que tivemos recentemente e, portanto, para melhorar o desempenho dos investimentos, investir em renda variável é necessário. O mercado de renda variável americano também tem uma solidez superior ao nosso”, diz, notando que há oportunidades na renda fixa local que por vezes são ignoradas.
Outro ponto crítico, segundo ela, é a importância de se manter uma reserva de segurança e o investimentos para projetos de curto prazo (até 2 anos) em investimentos conservadores. Este tipo de investidor tende a colocar em investimentos arrojados os recursos que ele pode precisar no curto prazo e acaba resgatando com prejuízo em momentos críticos de mercado, resume.
Quando realizar estes ajustes nos investimentos?
Clay nota que a definição de uma carteira de investimentos levará em consideração os prazos dos objetivos do investidor. Assim, à medida em que as pessoas vão realizando seus objetivos e, consequentemente, tendo novos objetivos, esta carteira deve ser rebalanceada para atender a estas mudanças.
Nesse meio tempo, Carlos Castro, planejador financeiro e CEO da SuperRico, diz que investidores devem se atentar a alguns viéses comportamentais.
Um exemplo é o “viés de procrastinação”, que faz com que pessoas adiem decisões de investimento ou de ajuste de carteira. Bem como o “viés do status quo”, em que há uma tendência de manutenção do portfólio mesmo que mudanças sejam comprovadamente necessárias.
Quais ativos atendem qualquer perfil de investidor em cenário de alta de juros?
Os analistas são unânimes ao notar que o atual patamar dos títulos de renda fixa atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+, é muito atrativo para qualquer grupo de investidor.
“É o ativo que melhor protege o investimento da inflação no longo prazo”, diz Viviane. Enquanto Clay nota que a incerteza do cenário faz com que seja mais seguro contar com uma rentabilidade conhecida e com mais segurança.
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