ETF ou BDR: qual é a melhor opção para diversificar seus investimentos?

Produtos são negociados no Brasil e podem ter lastro em ativos globais

Painel mostra movimentação no mercado de ações brasileiro. Foto: Divulgação/B3
Painel mostra movimentação no mercado de ações brasileiro. Foto: Divulgação/B3

BDR ou ETF: qual dos dois vale a pena? Quando pensamos nesses investimentos, estamos falando de produtos negociados no Brasil que podem ter lastro em ativos globais.

Sendo assim, são opções recomendadas para investidores iniciantes, mas que já vislumbram alocar parte de seu dinheiro direto no exterior, o que, nesse caso, é mais indicado para quem já tem mais conhecimento do mercado financeiro.

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“A principal diferença entre eles é que os ETFs são fundos de investimento que replicam o comportamento de um índice de mercado, setor ou commodity. São negociados como ações no horário da bolsa de valores”, afirma Marco Monteiro, analista CNPI da CM Capital.

Ele complementa que “a negociação dos BDRs também ocorre na bolsa brasileira, mas representam ações de empresas listadas no exterior. Nesse sentido, funcionam como uma espécie de recibo de depósito dessas ações”.

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A seguir, confira a diferença entre os dois produtos para você decidir qual mais tem a ver com as suas necessidades.

O que são ETFs e como eles funcionam?

Um ETF é um fundo de investimento. Porém, a negociação ocorre como as ações, via B3, sendo intermediada pelas corretoras. Em geral, esse tipo de fundo replica os investimentos de um índice, por isso são também chamados de fundos de índices ou fundos espelhos.

Os ETFs são uma espécie de fundo de investimento de gestão passiva. O objetivo deles, de uma maneira geral, é acompanhar o desempenho de determinado mercado financeiro nacional ou internacional. Ou seja, o objetivo dos fundos de gestão passiva não é superar o benchmark, mas, sim, acompanhar determinado índice de mercado.

Existem também ETFs que seguem o desempenho de commodities, como o petróleo; ETFs temáticos, que reúne empresas de diferentes focos; e ETFs de renda variável e fixa.

Pensando especificamente em um fundo de ações, uma diferença importante para o ETF é que o modelo de gestão passiva deste tipo de fundo demanda menos trabalho dos gestores. Assim, o ETF costuma ser muito mais barato, com taxas de administração geralmente menores que 0,5% ao ano.

ETF e o exterior

Para quem está buscando um ETF mirando o exterior, uma possibilidade é, por exemplo, investir no IVVB11. Trata-se de um ETF que segue o S&P 500, maior índice da bolsa americana (NYSE).

Assim, esse produto permite que o investidor tenha acesso, de forma indireta, às 500 maiores empresas dos EUA por meio da B3, ou seja, sem precisar abrir uma conta global e investir diretamente em ações americanas.

ETFs que pagam dividendos

O Brasil já tem ETFs que pagam dividendos. Nesta terça-feira (14), a B3 começou a negociar o Buena Vista US High Income (SPYI11), um ETF  (fundo de índice) que pagará dividendos mensais diretamente aos acionistas .

O com aporte mínimo é de R$ 100. Ele chega ao mercado de capitais logo após o lançamento do Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11), esse é o segundo ativo da modalidade na bolsa brasileira.

Quais são as vantagens e desvantagens dos ETFs?

Os ETFs tiveram crescimento histórico de 2020 para cá, oferecendo mais praticidade para investir por meio de plataformas.

Além disso, vale citar que o acompanhamento dos dados sobre o patrimônio de um ETF pode ocorrer em tempo real na bolsa, enquanto os cotistas de fundos tradicionais dependem de relatórios mensais enviados pelas corretoras. Vale ressaltar que o investidor pode entrar e sair ao longo do dia, pelo preço daquele momento.

Desvantagens das ETFs

Uma desvantagem em relação aos ETFs está na tributação, que não oferece isenção de IR para vendas de ativos inferiores a R$ 20 mil, o que ocorre com a venda ações até esse valor para a pessoa física (isenção válida por CPF e apenas para as operações comuns, ou seja, que não sejam de day trade).

Com o ETF, não há imposto retido na fonte. O investidor faz o cálculo do tributo e paga o documento de arrecadação da Receita Federal, o famoso DARF. Então, o próprio investidor tem que recolher o Imposto de Renda. Vale lembrar que nos ETFs de renda fixa o recolhimento do DARF não é necessário, uma vez que a própria corretora o faz.

O que são BDRs e como eles funcionam?

Para saber o que vale mais a pena, ETF ou BDR, é preciso entender os BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Eles são títulos negociados na bolsa de valores brasileira, mas que representam ações de empresas listadas no exterior. Eles funcionam como uma espécie de “recibo de depósito” dessas ações.

Nesse sentido, quando um investidor compra um BDR, ele, na verdade, está comprando uma parcela proporcional das ações de uma empresa que abriu capital fora do Brasil. Assim, os dividendos e ganhos das aplicações são convertidos em reais e repassados ao investidor.

Em resumo, os BDRs podem ser uma boa opção para quem deseja aplicar seu dinheiro em ativos internacionais e não quer lidar com as burocracias de investir diretamente no exterior.

Quais são os tipos de BDRs?

Existem dois principais tipos de BDRs:

  • Patrocinados: a empresa estrangeira tem uma parceria formal com a instituição financeira emissora e está envolvida na administração dos BDRs;
  • Não patrocinados: BDRs emitidos por uma instituição depositária, sem envolvimento da companhia estrangeira emissora dos valores mobiliários

Além disso, os BDRs podem ser de três níveis. Os não patrocinados tem apenas o nível 1, que significa que o valor mobiliário correspondente não precisa de registro na CVM.  

Já os patrocinados vão do 1 ao 3. Então, diferentemente do nível 1 (que pode ser patrocinado ou não), nos níveis 2 e 3 as empresas emissoras devem ser registradas na CVM. Isso deve seguir as mesmas regras de governança das SAs brasileiras registradas na categoria A, que têm em um regime completo de divulgação de informações.  

Por outro lado, a diferença do nível 2 para o 3 está na oferta ao público. Dessa forma, os BDRs de nível 2 podem ser distribuídos apenas por ofertas com esforços restritos, que é limitada a investidores profissionais, ou seja, quem tem pelo menos R$ 10 milhões investidos.  

Já os BDRs de nível 3 não têm restrições e podem ser distribuídos em oferta pública ampla.

ETF ou BDR, afinal, qual é a melhor opção?

Na hora de esconlher entre ETF ou BDR, você vai precisar analisar suas necessidades, tolerância ao risco e objetivos de investimento, entre outros fatores.

Em resumo, os ETFs oferecem uma forma simplificada de investir em uma variedade de ativos, incluindo ações, títulos, commodities e moedas. Já os BDRs são ideais para quem deseja investir em empresas de outros países sem ter que lidar com questões regulatórias ou de conversão de câmbio.

“O investidor, na hora de considerar entre ETF ou BDR, vai precisar analisar e ver qual está em melhor ponto para a tomada de posição, com base nas suas análises e expectativas. Entre as vantagens desses ativos podemos citar diversificação e acesso a mercados estrangeiros. Pensando nas desvantagens, temos a possível baixa liquidez de algumas BDRs e o risco cambial que pode afetar alguns desses investimentos”, ressalta Marco Monteiro, analista CNPI da CM Capital.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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