Vale a pena investir na LVMH, império de luxo comandado pelo homem mais rico do mundo?

Bernard Arnault é o CEO da holding francesa; veja o que pensam especialistas sobre aplicar ou não dinheiro na empresa

A LVMH voltou aos holofotes na semana passada, quando a Forbes divulgou a lista das pessoas mais ricas do mundo em 2024. Bernard Arnault, CEO da holding francesa, está no topo do ranking, com uma fortuna de US$ 233 bilhões, de acordo com a publicação. Mas será que vale investir na empresa? Confira a seguir o que dizem os analistas.

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Afinal, vale a pena investir na LVMH?

A Arbor Capital opta, no momento, por não investir na holding, “apesar do panorama impressionante e da administração exemplar da LVMH”. De acordo com o analista João Rômulo Lima, sócio da gestora baseada no Rio de Janeiro, “tal decisão espelha uma abordagem cuidadosa, ponderando entre o reconhecimento da excelência singular da LVMH e o valuation elevado da companhia, que limita o retorno prospectivo das ações da empresa”.

“Contudo, essa postura não equivale a um desinteresse pela companhia. Ao contrário, a Arbor Capital prossegue com um monitoramento ativo da LVMH. Isso evidencia o reconhecimento de seu status ímpar no mercado e seu potencial expansivo”, afirma João Romulo.

O analista, entretanto, salienta que “esse olhar atento reflete a crença de que, a despeito das circunstâncias atuais não favorecerem a aquisição de participações na LVMH, a holding segue como um marco no universo do luxo, simbolizando uma oportunidade de investimento promissora quando as condições forem adequadas”.

“A capacidade da LVMH de se adaptar às tendências de mercado, preservando a integridade e exclusividade de suas marcas, sinaliza sua liderança contínua no setor de luxo. Dessa forma, a Arbor Capital se mantém vigilante e pronta para atuar quando o valuation refletir justamente o risco e o potencial de retorno que a LVMH promete”, finaliza João Rômulo.

Desempenho misto nos fundamentos

Na avaliação do analista Thiago Guedes, diretor de desenvolvimento de negócios da Bridgewise no Brasil, a LVMH tem um desempenho misto nos seus fundamentos. De acordo com a fintech, a empresa apresentou um balanço considerado bom, com um DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício) e fluxo de caixa justos. Nesse sentido, a recomendação atual para as ações da empresa é de manutenção.

Guedes destaca que a empresa registrou receitas de 21,96 bilhões de euros (R$ 120 bilhões). Além disso, teve um lucro líquido de 3,35 bilhões de euros (R$ 18,2 bilhões), um aumento de 3,4% na receita em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Por outro lado, pontua o analista, houve uma diminuição de aproximadamente 10,9% no Lucro Por Ação (LPA). A margem de Ebitda também teve uma redução moderada, passando de 29,6% para 28,3%.

No entanto, o fluxo de caixa livre foi positivo, com um aumento de 177,5 milhões de euros (R$ 965 milhões) em relação ao ano anterior, totalizando 4,2 bilhões de euros (R$ 22,8 bilhões) para o trimestre. A empresa continuou a recompensar seus acionistas, pagando 1,48 bilhões de euros (R$ 8 bilhões), incluindo 1,37 bilhões de euros (R$ 7,44 bilhões) em dividendos e 103 milhões de euros (R$ 560 milhões) em recompras de ações, com um rendimento de dividendos de cerca de 1,5%.

“A análise técnica das ações da LVMH demonstra que elas estão com preço atual acima do valor em 50 dias e 200 dias, mas abaixo do valor em 5 dias, na média móvel, embora sua MACD (Convergência e Divergência da Média Móvel) indique que o momento da movimentação dos preços das ações está se fortalecendo. Historicamente, trata-se de uma configuração positiva no médio e longo prazo”, avalia Thiago Guedes.

Como investir na LVMH?

O acesso às ações da LVMH não é tão simples para brasileiros, pontua o analista da Bridgewise. “A forma de investir nela é abrir uma conta em uma plataforma de investimentos europeia ou mesmo dos EUA que acesse as bolsas da Europa”, explica Guedes.

“A ação da LVMH está bem estável. É um momento de manutenção. Então, pode ser que não seja o momento ideal para entrar, mas, se você possuir o papel, não precisa pensar em venda. É uma ação que está com números bons por um lado, e ruins por outro”, resume o especialista.