Quais são as melhores áreas do agronegócio para investir em 2024?

A Inteligência Financeira traz uma lista para você avaliar, além de mostrar como aplicar parte do seu dinheiro nesses setores

Na hora de fazer algum investimento, é comum ir atrás dos produtos financeiros disponíveis pelas instituições. E um desses produtos pode ser o responsável por 25% do PIB brasileiro: os ligados aos setores do agronegócio.

Pensando nisso, nós da Inteligência Financeira conversamos com Gustavo Araújo, economista e especialista em investimentos, que trouxe as cinco melhores áreas do agro para investir em 2024.

De bioenergia à sustentabilidade

Então, veja quais são esses setores do agronegócio com potencial de valorização para você ficar de olho:

1. Bioenergia de etanol de milho

Com a crescente busca por fontes de energia sustentáveis, o etanol de milho emerge como uma alternativa promissora, especialmente com a emergência de novas usinas dedicadas a sua produção.

“Este setor destaca-se pela integração de tecnologias e processos altamente técnicos para o monitoramento eficiente da produção”, analisa Gustavo Araújo.

E por que investir nesse setor do agronegócio especificamente? De acordo com o especialista, a demanda por fontes de energia renováveis e sustentáveis deve crescer cada vez mais. E a bioenergia de etanol de milho representa uma alternativa ecologicamente correta aos combustíveis fósseis, alinhando-se com os esforços globais para reduzir as emissões de carbono e combater as mudanças climáticas.

“Além disso, a produção de etanol de milho pode contribuir para a diversificação da matriz energética e promover o desenvolvimento econômico nas regiões produtoras”, acrescenta o especialista em investimentos.

2. Comercialização de commodities

A digitalização do mercado de commodities agrícolas, incluindo a adoção de plataformas online e tecnologias blockchain, tem simplificado as transações. O que torna o processo mais eficiente e transparente.

“O uso de plataformas online e tecnologias como o blockchain facilita o acesso ao mercado. Sem esquecer que reduz os custos de transação e melhora a rastreabilidade dos produtos. O que é cada vez mais valorizado pelos consumidores”, afirma Araújo.

3. Crédito rural

O Plano Safra do governo brasileiro, que fornece suporte financeiro ao setor agropecuário, é uma opção de investimento para aqueles interessados em contribuir para a modernização e adoção de práticas sustentáveis na agricultura.

Portanto, esse investimento é destacado pela sua importância estratégica no apoio à modernização da agricultura. “Afinal, o crédito rural proporciona aos agricultores os meios necessários para investir em tecnologias e práticas que aumentam a produtividade sem agredir o meio ambiente”, diz o economista.

4. Sustentabilidade

Investimentos em práticas de cultivo sustentáveis e manejo consciente de recursos naturais estão em alta, impulsionados pela agenda ESG e pela demanda dos consumidores por alimentos orgânicos e de fontes sustentáveis.

“Desse modo, investimentos focados em sustentabilidade são especiais devido ao seu alinhamento com os princípios ESG, que estão se tornando cada vez mais importantes para investidores, consumidores e reguladores”, afirma Araújo. Por isso, esse é um dos melhores setores do agronegócio a se investir em 2024.

5. Tecnologia

A integração de soluções tecnológicas para aprimorar a eficiência operacional e a gestão do agronegócio é uma tendência chave. O que abrange desde softwares de gestão agrícola até ferramentas para o cálculo do impacto da emissão de carbono.

“A adoção de tecnologias avançadas permite uma melhor gestão dos recursos, otimização dos processos e aumento da produtividade. E isso, portanto, é fundamental em um contexto de crescentes desafios ambientais e demanda por alimentos”, pontua o especialista.

Como investir nos setores do agronegócio?

Então, agora que você já conhece as cinco áreas do agro mais indicadas para aplicar parte do seu patrimônio, a gente te mostra como realizar esses investimentos.

Desse modo, no setor de bioenergia de etanol de milho, os investimentos podem ser feitos diretamente em empresas que produzem o produto ou em fundos de investimento que incluem essas empresas em seu portfólio. “Outra opção é investir em projetos de bioenergia ou em ações de empresas de biotecnologia que desenvolvem tecnologias relacionadas à produção de bioenergia”, recomenda Araújo.

Já para investir na comercialização de commodities, o caminho das pedras está nos contratos futuros dessas mercadorias. Afinal de contas, são acordos para comprar ou vender um produto agrícola a um preço predeterminado em uma data futura. Ou através de fundos de investimento que focam em commodities agrícolas.

Por outro lado, no setor de crédito rural, embora os investidores individuais não possam investir diretamente no Plano Safra, eles podem considerar fundos de investimento relacionados ao agronegócio. “Ou até mesmo ações de empresas que se beneficiam desses créditos, como fabricantes de maquinário agrícola ou empresas de insumos”, afirma o especialista.

No caso do setor do agronegócio voltado à sustentabilidade, o investimento se dá por meio de fundos ESG. Mas também é possível investir diretamente em empresas agrícolas que seguem práticas sustentáveis.

E para quem quer investir em tecnologia do agro, isso pode ser feito por meio das startups de tecnologia agrícola (Agtechs), em fundos de investimento que se concentram em tecnologia agrícola, ou em empresas estabelecidas que estão integrando novas tecnologias em suas operações.

Avalie o agronegócio

Oportunidades existem aos montes no universo de investimentos em agro. Inclusive, a gente produziu uma matéria que mostra quais são os melhores produtos para investir nesse primeiro semestre.

Mas, para finalizarmos, é importante saber que para investir em qualquer uma dessas áreas, é recomendável começar abrindo uma conta em uma corretora de valores.

“Afinal, essas instituições oferecem acesso a uma ampla gama de produtos de investimento. É importante também realizar uma pesquisa aprofundada ou consultar um assessor financeiro para entender os riscos e os potenciais retornos associados a cada tipo de investimento”, conclui Gustavo Araújo.