Louise Barsi lança MBA para formação de gestores de fundos de investimentos

Economista quer popularizar estratégia desenvolvida por seu pai, Barsi Filho, o maior investidor em renda variável do Brasil

Luiz Barsi Filho, o maior investidor pessoa física em ações, desenvolveu uma metodologia própria para administrar sua carteira de renda variável. Basicamente, a ideia é investir em papéis de ações perenes, focadas em seus próprios negócios e com potencial de ganho no longo prazo.

Tudo isso começou na década de 1970. De lá para cá, a filha de Barsi, Louise Barsi teve uma ideia: colocar o que aprendeu em um contexto educacional. Assim nasceu o Ações Garantem o Futuro (AGF), uma edtech, ou seja, uma escola totalmente online, que agora tem uma novidade. “Temos o primeiro MBA focado em value investing”, disse Louise para a Inteligência Financeira.

O que é o AGF?

Fundado há 4 anos por Louise Barsi, Felipe Ruiz e Fábio Baroni, o AGF tem como objetivo democratizar o acesso às ações boas pagadoras de dividendos.

Assim, mais de 20 mil alunos já foram formados pela instituição, que tem como meta ultrapassar a marca de 200 mil usuários ainda em 2023.

O AGF tem duas verticais de negócios: uma educacional e a plataforma AGF+.

“A plataforma AGF+ sistematiza os conceitos da metodologia criada por Barsi de uma maneira intuitiva e prática, em um ambiente interativo com conteúdo sobre educação financeira, métricas de avaliação e gestão de carteiras de investimentos”, afirma Louise.

Dessa forma, o sistema é integrado à B3, permitindo que os usuários acompanhem as empresas em que investem.

Além disso, também existe a possibilidade de interação entre os investidores, que trocam experiências em uma espécie de comunidade.

Fora isso, a empresa também tem treinamentos como “O Jeito Barsi de Investir” (JBI), que está na sua 14ª turma, e o curso “BESST”.

MBA com foco em value investing

No último ano, o AGF lançou, em parceria com o Grupo Primo, um programa de MBA, com foco em value investing, inspirado na Universidade de Columbia.

Desse modo, a formação nasceu para auxiliar na formação de pessoas interessadas em trabalhar como analistas de investimentos em gestoras de fundos, casas de research, corretoras e bancos. Com duração de 18 meses e autorizado pelo MEC, o “Value Investing com Luiz Barsi” iniciará sua terceira turma em julho e conta atualmente com 3 mil alunos inscritos.

Louise revela que a edtech se prepara agora para uma grande “virada de chave”, ainda no segundo semestre deste ano, que é se transformar também em uma fintech.

“Em breve, os usuários poderão realizar compra e venda de ações dentro da nossa plataforma. O modelo utilizado será como um banking as a servisse (BaaS), onde os assinantes poderão fazer abertura de negociação de ativos com a marca AGF.”

Inicialmente, essa novidade, ainda em fase de desenvolvimento, não terá nenhum custo adicional, além da assinatura mensal de acesso à plataforma, no valor de R$ 74,99.

“O intuito é buscar fidelidade e funcionalidade na carteira de ações, sem necessidade de o investidor desconectar da plataforma para utilizar uma corretora”. 

O que diz a cartilha de Luiz Barsi Filho?

A cartilha do megainvestidor Luiz Barsi Filho tem princípios semelhantes aos do bilionário Warren Buffett, e foca na construção de uma renda passiva em investimentos em empresas de alto value investing.

De acordo com Luiz Barsi, o value investing é uma técnica para analisar quais empresas estão mais baratas na bolsa. Além disso, a metodologia aponta aquelas que tem potencial de pagar dividendos por longos períodos.

O método avalia indicadores de rentabilidade por ação em relação ao preço dos papéis no índice.

Também analisa a saúde financeira de uma empresa e o quanto ela pode construir de valor nos próximos anos, elevando indicadores como lucro e caixa.

O foco de da cartilha Barsi é voltado para empresas de ciclos perenes.

São companhias listadas na B3, cujas ações não são tão afetadas pela volatilidade do mercado.

O bilionário tem preferência por empresas que não estejam sujeitas aos indicadores econômicos, como a inflação ou a taxa de juros.

Não à toa, um dos setores favoritos de Barsi é o energético, porque “mesmo quando você não consome luz em casa, no final do mês terá uma conta a pagar”.