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Quem se deu bem ao investir no agronegócio em 2023?
Se uma das suas resoluções financeiras para 2024 é investir no agronegócio, um ponto bastante importante é conhecer o desemprenho do setor em 2023, além de, claro, ter alguma análise sobre o que esperar para os próximos 12 meses. Então, de antemão, vale saber que 2023 foi marcado pela volatilidade e queda nos preços em boa parte das commodities agrícolas. Mas, ainda assim, alguns ativos financeiros tiveram destaques positivos.
“Existem produtos que usam o funding – ou captação – para investir no agronegócio. Produtos como LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) tiveram boa rentabilidade e com benefício de isenção de Imposto de Renda para pessoa física. Tudo isso graças ao alto patamar da Selic e porque boa parte desses produtos paga uma porcentagem do CDI (Certificado de Depósito Bancário) que é muito aderente à taxa básica de juros no país”, explica Raphael Galo, especialista da Terra Investimentos.
Ainda de acordo com o profissional, outro produto que merece destaque quando o assunto foi investir no agronegócio em 2023 são os Fiagros (Fundos de Investimentos em Cadeias Agroindustriais). “Recentemente foi divulgado um estudo pelo Valor Econômico em que até novembro de 2023, em média, os Fiagros renderam 12,43% de dividend yield (retorno em dividendos), enquanto a Selic deve fechar o ano em 11,75%”, pontua.
Commodities também tiveram destaque
E quando a gente vai mais afundo no mundo dos investimentos no agronegócio e entra na parte de commodities, o ano de 2023 foi marcado por três protagonistas: os contratos futuros de açúcar, de café robusta e de suco de laranja.
Segundo Galo, a valorização desses produtos ficou da seguinte forma:
- Suco de Laranja-FCOJ (ICE – NY): cerca de 95,7%;
- Café Robusta (ICE – Londres): em torno de 59%;
- Açúcar nº11 (ICE – NY): mais ou menos 26,4%.
“Resumidamente, as três commodities tiveram valorização nos preços devido à menor oferta mundial desses produtos. O açúcar foi fortemente impactado com a perspectiva de queda na produção mundial do produto em países como a Índia e outros países asiáticos devido ao El Niño, o que vai gerar um déficit mundial de açúcar”, analisa o especialista.
Já o café robusta também foi impactado com a perspectiva de queda na produção asiática em países como Vietnã e Indonésia e queda nos estoques de cafés certificados.
“O suco de laranja, assim como as demais, foi impactado pela menor oferta. E também pelos baixos níveis de estoques mundial, que aliás, foi o menor patamar dos últimos 15 anos”, comenta Galo.
Quem se deu bem ao investir no agronegócio?
Então, com essa análise sobre 2023 dentro dos investimentos em agronegócio, uma dúvida que fica no ar é o tipo de investidor que se deu melhor com o ativo.
Para o especialista da Terra Investimentos, “foi aquela pessoa mais paciente e melhor preparada ou assessorada. Ela, sim, identificou os cenários rapidamente e agiu.”
Investir no agronegócio: o que vem por aí
Desse modo, deu para perceber que por mais que 2023 tenha tido altos e baixos, investir no agronegócio segue sendo uma ótima pedida para diversificar a carteira. Mas, e para os próximos 12 meses, qual será a opinião do especialista?
“Os investimentos no agronegócio devem continuar trazendo bons retornos, pois o setor continua pujante. A volatilidade de preços das commodities deve remunerar muito bem os investidores preparados e aptos a correr riscos em busca de melhores retornos”, afirma.
Portanto, é importante que você acompanhe o mercado global de oferta e demanda, além do clima e a geopolítica mundial. Ou seja, acordos comerciais, guerras. “Isso porque, essa questão geopolítica traz boa volatilidade no dólar, o que influencia diretamente o preço de várias commodities”, esclarece Galo.
Qual é o melhor investimento no agronegócio para 2024
Então, diante de um cenário positivo, mas de atenção, a gente foi saber também quais são as projeções do mercado para o ano que vem. E o melhor é que o especialista da Terra Investimentos trouxe para a gente os produtos que devem melhor performar de acordo com o perfil de investidor. Veja só:
Perfil conservador
“As LCA’s e as CRA’s de bons ratings devem continuar obtendo ganho real, remunerando acima da inflação e com isenção de Imposto de Renda na rentabilidade para pessoa física”, acredita Galo.
Perfil Moderado
“Vale a pena estudar e alocar uma porcentagem da carteira em bons Fiagros. Isso porque esses produtos tendem a buscar performance melhor do que o CDI”, pontua o especialista.
Perfil Arrojado
“O ideal é montar uma porcentagem da carteira em ativos de maior risco e maior alavancagem como os contratos futuros e operações estruturadas em derivativos (opções). Isso porque esses produtos podem capturar boa assimetria em movimentos de volatilidade, tanto em alta, quanto em queda de algumas commodities. O contrato futuro de milho, por exemplo, deve ter boa volatilidade”, afirma Raphael Galo.
Para entender melhor
E como a gente está aqui também para ensinar, pedimos para o especialista da Terra Investimentos que explicasse um pouco a respeito de cada um desses produtos mencionados. E que de acordo com ele, prometem ter boas rentabilidades para 2024.
Letras de Crédito do Agronegócio
Conhecida como LCA, este é um título emitido por bancos e cooperativas de crédito que usam o recurso em empréstimos à cadeia do agro. “Possui benefício de isenção de Imposto de Renda nos rendimentos para aplicadores pessoa física”, comenta Galo.
Certificado de Recebíveis do Agronegócio
Chamado pelo mercado de CRA, esse título é emitido por securitizadoras que usam o recurso em empréstimos à cadeia do agro. “Esse produto também possui benefício de isenção de Imposto de Renda nos rendimentos para aplicadores pessoa física”, diz o especialista.
Fiagro
Esse é um fundo de investimento que investe no agronegócio ou adquirem produtos ligados como LCA, CRA etc. “Os ‘dividendos’ também são isentos de I.R para investidores pessoa física”, afirma Galo.
Contratos futuros
São contratos negociados em bolsa de valores que representam o compromisso de comprar um ativo em data futura à preço estabelecido. “De maneira bem prática, se o mercado acredita que os preços vão subir, o investidor ‘aposta’ comprando o contrato, que se subir ganha com isso. Da mesma maneira que se você acredita que os preços vão cair, ‘aposta’ vendendo o contrato. E se cair, você ganha com isso”, finaliza o especialista.
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