Nos últimos anos, os investimentos alternativos têm ganhado mais atenção no mercado financeiro. Diferente dos investimentos tradicionais, esses ativos oferecem novas formas de diversificação e oportunidades de retorno. Por outro lado, alguns deles podem trazer uma dose extra de risco.
Mas o que são os investimentos alternativos?
Investimentos alternativos são aqueles que fogem das modalidades “tradicionais”, como títulos de renda fixa e ações. Dentro desse universo estão fundos de private equity, hedge funds, commodities, imóveis, criptomoedas e até arte e colecionáveis.
Durante o Wommen Invest Summit 2024, Marcelo Michaluá, CEO da RB Capital, explicou que, dentro dos investimentos alternativos, três setores se destacam: imobiliário, infraestrutura e agronegócio. “Esses ativos alternativos trazem vantagens interessantes, como a isenção de Imposto de Renda. Por isso, nos últimos anos, a participação crescente dos portfólios individuais, coletivos e institucionais nessa classe vem aumentando”, afirma.
Um setor que já movimenta trilhões
De acordo com a consultoria Preqin, o mercado global de investimentos alternativos atingiu cerca de US$ 13 trilhões em 2021, com projeção de crescimento para US$ 24 trilhões até 2026. Esse aumento reflete o crescente interesse de investidores em diversificar o portfólio além do tradicional.
Vivian Lee, CIO de crédito da Ibiuna Investimentos, ressaltou que a demanda por esse tipo de investimento está cada vez maior. “Nesse sentido, o papel dos gestores é buscar, o tempo todo, boas oportunidades de alocação de ativos”. Além disso, ela explicou que uma carteira bem montada de investimentos alternativos se destaca em momentos de estresse.
Já Marcelo pontuou que os investimentos alternativos devem ser pensados no longo prazo. “Nos setores de infraestrutura, imobiliário e agronegócio, os ativos estão ligados e indexados à inflação. A descorrelação da volatilidade ajuda a proteger o capital contra o processo inflacionário. Assim, é justamente nos momentos de estresse que esses ativos são testados”, comenta.
Como escolher um bom investimento alternativo?
Ellen Steter, gerente de estratégia da Ágora Investimentos, explica que, do ponto de vista do investidor, é muito comum olhar para os últimos 12 meses de um investimento e tomá-los como uma verdade absoluta para os períodos futuros.
“A performance de um fundo de investimento alternativo vai muito além da rentabilidade. É importante considerar diversos fatores. Quais são os riscos? Quem são os gestores? O fundo terá lastro suficiente para alocar todos os recursos? Essas são perguntas que precisam ser feitas”, diz.
O histórico, de acordo com ela, serve como base. “Algo em torno de 5% da carteira em ativos alternativos é interessante. O importante é sempre respeitar o apetite ao risco. O investimento alternativo é uma combinação de ativos. Gosto de vê-lo como uma ‘pitada’ na carteira, pensando sempre no longo prazo”, conclui a especialista.