Tem dinheiro no bolso? Que tal investir em ações?

Por mais que a maioria dos brasileiros invista R$ 40 na B3, existem opções para quem tem mais dinheiro para aplicar

Recentemente, a B3 divulgou uma pesquisa que apontou o crescimento no número de brasileiros investindo na bolsa de valores. E a maioria aplica o máximo de R$ 40. Com esse valor, é possível sim encontrar alguns produtos – e a gente te conta tudo nessa matéria aqui. Mas, se você tiver um montante maior, melhor ainda. Por isso, hoje, a gente te mostra investimentos na bolsa de valores com mais do que os tais R$ 40.

Foco na diversificação

Mas, por qual motivo é melhor ter um valor maior na hora de pensar em como investir na bolsa de valores? De acordo com Marcos Milan, professor da FIA Business School, quando se tem pouco dinheiro, não é possível fazer uma diversificação setorial ou obter resultados financeiros significativos no longo prazo.

“Com pouco valor, como R$ 40 por exemplo, daria para comprar por exemplo uma ação da WEG (WEGE3). Vale lembrar que esses valores variam constantemente. Então, apesar da WEG ser uma das queridinhas da bolsa por seus números consistentes e significativos, quando comparada às empresas do mesmo setor, distribui um percentual anual de dividendos muito baixo”, argumenta o professor.

Investimentos na bolsa de valores com boa quantia

Para começar a falar em diversificação, então, Milan afirma que podemos começar com uma carteira de R$ 1 mil, dividindo esse valor em 4 ações de setores distintos. “Esse valor, portanto, poderia ser dividido, por exemplo, em 7 ações do BB Seguridade (BBSE3), 20 ações da Ambev (ABEV3), 8 ações do Itaú Unibanco (ITUB4) e 11 ações da Gerdau (GGBR4)”, afirma.

Essa divisão, ainda segundo o professor, resulta em algo próximo de R$ 250 para cada ação e o critério de escolha foi a análise de indicadores. “Elencando quais ações possuem os melhores e mais consistentes dividendos, relação Preço X Lucro, ROE, entre outros”, comenta.

O especialista afirma que, quando falamos sobre como investir na bolsa de valores, não se trata de uma recomendação de investimento. “Uma vez que a análise de indicadores não garante resultado algum”, fala.

Mas claro que existem outras empresas com valores aproximados e que podem fazer parte da sua carteira de investimento. Por isso, a diversificação deve seguir os seus objetivos, prazos, e claro, o seu perfil de risco.

De olho nas taxas

Aliás, esse exemplo de montagem de carteira apresentada pelo professor considera uma estratégia conhecida como “Buy and hold”. Ou seja, são papéis para comprar e manter na carteira na hora de pensar em como investir na bolsa de valores.

E sobre as taxas, aqui tem um ponto interessante apresentado por Milan.

“Quando o investidor Pessoa-Física faz o aporte em ações, as movimentações de até R$ 20 mil dentro de um mesmo mês são isentas de Imposto de Renda. Exceções à parte, todo investidor está sujeito às taxas de custódia e de corretagem que podem ou não ser cobrados pela corretora, ficando a critério de cada um esse custo e os emolumentos que, em se tratando de investidores Pessoa-Física que utilizem da estratégia que comentei anteriormente, estão sujeitos à taxa de 0,03% por transação”, explica o professor.

Vale lembrar que a análise por indicadores nunca garante os rumos que uma ação irá tomar. Mas, como o próprio nome diz, indica o caminho. “Portanto, fatores de mercado, crises, alterações na diretoria e diversos outros pontos podem influenciar no caminhar dos números das empresas”, comenta o especialista.