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Depois de um ano forte para a renda fixa, com alta dos ativos de crédito corporativo, surge uma janela de oportunidades para os fundos de multimercado. Bruno Serra, ex-diretor do Banco Central e atual gestor da Itaú Asset, destaca que a queda de juros nos EUA e na Europa, junto com a alta da Selic no Brasil, cria um ambiente favorável para os multimercados explorarem as assimetrias de mercado. Ele acredita que 2025 será um ano ainda melhor para esses fundos.
Depois de um ano forte para a renda fixa, com alta dos ativos de crédito corporativo, vem por aí uma janela de oportunidades para os fundos de multimercado. A oposta é de Bruno Serra, ex-diretor de política monetária do Banco Central e atualmente à frente das decisões de investimento da família de fundos Janeiro, da Itaú Asset.
Para Bruno, a onda de queda de juros nos Estados Unidos e na Europa, associada a uma tendência contrária de alta da Selic, aqui no Brasil, gera uma descorrelação de mercado. Com isso, criam-se diferentes teses pelo mundo. Tornando, assim, o ambiente de investimento favorável para que os multimercados explorem as muitas assimetrias de mercado.
Bruno Serra conversou com exclusividade com o podcast PodInvestir, original da Inteligência Financeira. É possível conferir a entrevista na íntegra pelo Spotify, aqui. E também pelo Youtube, aqui. Ou em sua plataforma de áudio preferida.
Multimercado entrega 140% do CDI
Bruno Serra completa neste mês de outubro 12 meses no comando do Janeiro, família de fundos que também estreou em outubro do ano passado.
São duas estratégias, uma de multimercado e outra de renda fixa, com suas respectivas versões para previdência privada.
Já com R$ 10 bilhões sob gestão, o destaque fica para o multimercado. Num ano em que a indústria sofreu para se aproximar do CDI, o Janeiro acumula rentabilidade de 140% do índice de referência. Esta, assim, no primeiro quartil entre os multimercados.
2025 vai ser bom para
Para Bruno, Serra, no entanto, 2025 tende a representar um momento melhor para o fundo e para a indústria de multimercado. “A gente precisa de correlação baixa para poder performar bem”, afirma Bruno Serra.
Ele lembra que nos últimos tempos, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), ditou os rumos dos mercados. Assim, todos os ativos acompanharam de perto as decisões (ou falta de ações) do banqueiro central americano. Isso trouxe grande correlação para o mercado financeiro.
“O que aconteceu ao longo de 2023 inteiro, iniciozinho deste ano? Qualquer ativo que você ‘treidava’ no mundo era Fed Fund. Era, então, a expectativa de quanto o Fed vai poder cortar nos próximos 12 meses”, afirma Serra.
Falsas impressões
Segundo ele, essa perspectiva de um grande banco central do mundo gerava algumas falsas impressões. “Eu estou otimista com o real. Aumentou a precificação de corte do Fed, eu ganhei no real. Meu colega de uma outra gestora ganhou no peso mexicano. O meu trader de juros Brasil ganhou aplicado no juro Brasil. Todo mundo ganhou achando que fez um bom trabalho. No fim, tá todo mundo operando a mesma coisa sem perceber”, disse.
Para o ano que vem, e já desde agora, ele enxerga um volume diferente de novas estratégias se desenvolvendo. O que favorece o multimercado.
“(Agora), quando eu faço um case de Estados Unidos, eu quero tomar juros porque (o mercado) precificou demais (a queda de juros), mas a atividade está forte. Tem eleição que coloca risco pra cima. Por outro lado, eu olho para Europa e vejo a economia anêmica”, destaca.