O mundo dos criptoativos é formado por vários nichos. Criptos de contratos inteligentes, games, metaverso são alguns exemplos de segmentos. Um que vem crescendo é o de fan tokens, que estão se popularizando graças aos clubes esportivos e seus torcedores em todo o mundo. No futebol, Barcelona, Paris Saint-German, Manchester City e Juventus são alguns dos clubes que aderiram ao criptoativo. Na liga norte-americana de basquete, a NBA, 28 dos 30 times têm seu fan token próprio, enquanto na Fórmula 1 a equipe Alpine é quem está nesse mercado.
O fan toke é um criptoativo que pode ser adquirido por um torcedor que queira contribuir com seu time do coração. Eles funcionam como programas de sócio-torcedor via blockchain, já que quem compra esses ativos tem direito a alguns benefícios, como desconto em ingressos e produtos oficiais, direito de participação em votações e participação em sorteios. Cada time define os benefícios que vai dar aos compradores. A Socios.com é a empresa que fecha parcerias com os clubes para oferecer a tecnologia. A maioria dos clubes brasileiros que tem fan tokens fecharam parceria com a empresa norte-americana.
Os fan tokens são limitados. Os times brasileiros geralmente emitem 850 mil unidades de seu fan token.
Serve para torcer ou investir?
Um fan token é considerado um token de utilidade e sua principal função é dar acesso a bens e serviços. Portanto, é preciso ficar claro que esses não são ativos feitos para lucrar com a alta nos preços. Mas, sim, compradores são livres para negociar os tokens e podem olhar para os tokens com a visão de investidores. “A lógica do fan token funciona de maneira similar a itens colecionáveis, no qual os entusiastas são livres para oferecer produtos e serviços em troca desse material”, diz Bruno Milanello, Executivo de Novos Negócios do Mercado Bitcoin.
O especialista explica que a eventual valorização do fan token vai acontecer acompanhando o crescimento do ecossistema, com aumento de promoções, votaçoes e conteúdos exclusivos das equipes. Com maior percepção de valor do token, o preço acompanha o movimento.
Olhe para o fan token como um ativo
Para quem quer comprar, a dica é direta: “a mesma lição de casa que você faria para comprar um imóvel, carro ou obra de arte, você deve fazer com fan tokens”, diz Milanello. Ou seja, cabe entender as variáveis que afetam o preço do ativo, o projeto do clube para o fan token, quantos foram emitidos e se haverá outras emissões no futuro e comprar em corretoras de confiança.
Para Raquel Vieira, especialista em criptomoedas da Top Gain, a principal tarefa é “analisar a comunidade do fan token para saber se é grande e tem potencial de crescimento”. Caso contrário, “o token provavelmente não vai para frente”.
Devo declarar o fan token no Imposto de Renda?
Sim! Como este é um ativo novo – foi adotado por clubes brasileiros somente no ano passado –, muitas pessoas podem ter essa dúvida. Mas é preciso declarar à Receita Federal a compra desses ativos na parte de Declaração de Bens e Direitos, sob o códio 89 – Tokens.
Mercado vai crescer?
Além das empresas do ecossistema, os próprios clubes estão investindo na tecnologia, já que é uma forma de financiar suas atividades. A popularização do ativo parece ser um caminho sem volta porque além de já muito conhecidos, eles cumprem uma função que faz o torcedor querer manter o fan token na carteira. “É um segmento em constante evolução e devemos, sim, ver cada vez mais clubes e fãs interagindo com esse novo formato”, diz Bruno Milanello.