Indústria lança investimentos de metaverso: entenda como eles funcionam

COE, BDR, criptomoedas, ações: a escolha vai depender do seu perfil
Pontos-chave:
  • O Itaú tem um COE que investe em quatro ações ligadas ao metaverso
  • Já a Vitreo apostou num fundo que investe em ações estrangeiras, BDRs e criptomoedas
  • O fundo de investimentos da XP Asset segue um índice que reúne 30 ações globais

O metaverso, espécie de universo virtual 3D que pode ser o futuro da internet, vem chamando atenção dos investidores de todo o mundo. É um dos temas do momento no mundo dos investimentos. Nada mais natural do que as empresas do mercado financeiro comecem a lançar produtos focados no assunto, o que está acontecendo gradualmente no Brasil. Separamos dois fundos e um COE brasileiro que se dedicam ao metaverso. Mas, antes de conhecê-los, explicamos as diferenças entre um fundo de investimentos e um COE.

COE vs Fundo de Investimentos

Os COEs são Certifiados de Operações Estruturadas e suas “travas” são a principal característica do produto. O COE funciona como uma cesta de investimentos, que pode ter instrumentos de renda fixa e renda variável. O investidor que coloca seu dinheiro em um COE tem a garantia de que receberá pelo menos o valor investido na data de vencimento, caso a aplicação fique no vermelho. Se der lucro, o quanto o investidor vai receber será limitado. 

Ou seja, se você colocou R$ 1.000 em um COE que investe em ações e essas ações despencaram no período, o emissor garante que, no vencimento, você terá os R$ 1.000 de volta. Mas essa segurança tem um preço: se as ações dispararam no período de investimento, você vai receber só uma fração do lucro. O COE pode ter uma trava de 15%, por exemplo, o que significa que se a cesta de ativos deu um lucro de 50%, 35% fica com o emissor do COE.

“O COE é indicado para investidores que buscam ganhos, mas não querem comprometer seu patrimônio, são investidores conservadores”, explica Bruno Cesar Cotrim, economista da Top Gain. Ele pondera: “o ponto a ser considerado é que o montante aplicado pode não render nada e, no fim da aplicação, o investidor vai receber o que foi investido sem correção de inflação e juros”. 

Já os fundos de investimento têm uma lógica diferente: se houver perdas, todos os investidores amargam o prejuízo, mas não há limite para o lucro. Existem fundos multimercado, de renda fixa, ações, debêntures e DI. “Eles têm taxa de administração, de performance e o come-cotas, que é a dedução do Imposto de Renda sobre o rendimento que acontece em maio e novembro”, explica Cotrim.

Conheça os produtos do multiverso 

Superados os esclarecimentos necessários para você escolher o produto que combina com o seu perfil, vamos aos instrumentos disponíveis no Brasil para investir no metaverso:

COE Autocall Metaverso, do Itaú 

Colocando seu dinheiro nesse COE, você estará investindo em quatro empresa: Meta, a dona do Facebook, Roblox, plataforma que permite a criação de universos multiplayers, Intel e Matterport, de digitalização espacial, que oferece ferramentas para mapear espaços físicos e compartilhar o layout na nuvem. 

O COE opera com resgates a cada seis meses, desde que as ações fiquem acima dos seus preços iniciais, com o investidor recebendo o capital inicial investido mais o cupom, que pode ficar entre 13% e 15% ao semestre. Caso as ações fiquem abaixo, o investidor tem a opção de manter o investimento até os próximos vencimentos ou resgatar o capital investido inicialmente, sem perdas. O COE Itaú Metaverso está disponível a investidores em geral, com aplicação a partir de R$ 5 mil, com prazo de vencimento em até cinco anos. “O nosso COE é uma boa porta de entrada e um caminho adequado para quem está disposto a diversificar os seus investimentos nesse novo segmento”, diz Claudio Sanchez, diretor de Produtos de Investimento e Previdência do Itaú Unibanco. 

Vitreo Metaverso Ações FIA BDR Nível I

Este é um fundo de investimentos composto por BDRs, até 20% de ações no exterior e até 10% de criptomedas ligadas a gamecoins e NFTs. Além da Meta, empresas como AMD, Nvidia, Roblox e Unity são algumas empresas que compõem o portfólio do fundo, cuja estruturação está baseada em uma tese da casa de análises Empiricus.

Considerado arrojado, o produto é voltado para o público em geral e tem aplicação inicial de R$ 1 mil. O fundo tem exposição cambial, o que o classifica como uma alternativa para quem busca diversificação da carteira. A taxa de administração é de 0,9% ao ano e a taxa de performance é de 10% sobre o que exceder o indicador S&P 500 Total Return. “Embora a alta da inflação e das taxas de juros americanas possam parecer uma ameaça, a ideia é investir em empresas que estejam trabalhando para a construção dessa nova realidade”, afirma Jojo Wachsmann, sócio-fundador e chefe de gestão da Vitreo.

Trend Metaverso FIA BDR Nível I, da XP Asset Management

O fundo replica o Bloomberg Metaverse, índice que reúne 30 ações globais de tecnologia, incluindo Meta, Microsoft e Apple. O Trend Metaverso conta com proteção à variação cambial do dólar e tem taxa de administração de 0,75% ao ano, sem taxa de performance. Ao apostar no fundo, o investidor estará exposto a empresas de serviços de mídia, entretenimento, tecnologia para hardware e internet. A maioria das empresas tem sede nos Estados Unidos.