Com o objetivo de estimular o empreendedorismo de pessoas negras, será lançado no dia 25 de julho aqui no Brasil a plataforma Black Women Investment Network (BLACKWIN). O sistema atuará como um clube de investimentos para incentivar as mulheres negras a se tornarem investidoras-anjo. Embora seja novidade no Brasil, já existem outros grupos com o mesmo propósito em países como Senegal, Reino Unido e Estados Unidos.
O sistema nasceu por iniciativa da economista e empresária Luana Ozemela, que é fundadora e presidente da DIMA Consult, empresa especializada em desenvolvimento econômico, e conselheira na CVM. “O grupo se inspira nos movimentos de articulação econômica e social para emancipação do povo negro, liderados no século 18 por mulheres negras – como a Irmandade da Boa Morte, que reunia mulheres negras escravizadas e libertas no recôncavo baiano”, explica a empresária.
Dados da PNAD 2005-2018 mostram que, apesar das empresas lideradas por pessoas negras crescerem mais rapidamente em número e volume, o capital investido nelas não é compatível com o tamanho da população negra, e é bem inferior ao que os empreendedores brancos recebem. “Não sabemos os dados sobre a participação de mulheres negras no mercado de investimento no Brasil, mas sabemos que apenas 16% dos investidores-anjo são mulheres e 3% se declaram negros, pardos ou indígenas”.
A estimativa do clube é que sejam investidos R$ 100 mil por rodada, que podem ser alavancados por aliados e co-investidores, tornando o capital da BlackWin uma espécie de catalizador de investimentos.