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ETF de bitcoin: por que todo investidor deve ficar de olho
Antes de falar do ETF de bitcoin, vale destaca que a criptomoeda mais conhecida do mercado tem sido um dos ativos com melhor desempenho na última década. Em pouco tempo, passou de uma obscura rede de pagamento peer-to-peer a um fenômeno global, com grande impacto no cenário de investimentos.
Como cripto, o bitcoin estimulou uma classe de ativos inteiramente nova que agora tem mais de US$ 1 trilhão em capitalização de mercado.
Assim, em janeiro deste ano, a comissão de valores mobiliários americana (SEC, em inglês) aprovou a comercialização de 11 ETFs de bitcoin à vista. Foram os primeiros do tipo naquele país. Com isso, os investidores tradicionais passaram a encontrar, no maior mercado do planeta, uma maneira mais fácil de investir nessa classe.
No Brasil, o ETF de bitcoin está liberado pela CVM desde 2021. Já existem 13 desses produtos, sendo o primeiro e maior deles o HASH11, da gestora carioca Hashdex. Juntos, os ETFs de cripto brasileiros movimentam pouco menos de R$ 3 bilhões.
Embora o Brasil tenha saído na frente, a expectativa é que a chegada do novo veículo de investimento aos Estados Unidos gere um efeito significativo no mercado. Para o banco Standard Chartered, os ETFs de Bitcoin atrairão nos Estados Unidos US$ 100 bilhões. E isso já no primeiro ano de operação, o equivalente a 11% do valor de mercado da criptomoeda.
O que são ETFs de criptomoedas
ETFs, ou fundos negociados em bolsa, são um tipo de título que acompanha o desempenho de um conjunto de ativos ou commodities.
Um ETF de criptomoeda e, mais especificamente, o ETF de bitcoin à vista é um fundo negociado em bolsa que rastreia o preço à vista ou atual do bitcoin.
Então, ao deter uma quantidade equivalente de bitcoin para garantir cada ação do ETF vendida, o fundo é, na verdade, garantido pelo próprio bitcoin.
Considere os obstáculos para possuir um bitcoin hoje em dia. Eles passam por abrir uma conta em uma exchange, carteiras digitais, chaves privadas, transferências de rede… Um ETF de bitcoin à vista, nesse caso, é uma forma prática de adicionar exposição a esse ativo ao portfólio.
Os ETFs à vista, como os novos ETFs de bitcoin, permitem que as ações do fundo sejam criadas ou resgatadas com base na demanda do mercado.
Dessa forma, um ETF de bitcoin permite que os investidores ganhem exposição ao preço atual do bitcoin sem ter que manter o próprio ativo.
Isso contrasta com os ETFs de futuros de bitcoin, comercializados tanto no mercado internacional, quanto no Brasil. Eles apenas podem negociar contratos futuros de bitcoin. São instrumentos derivativos complexos que rastreiam os preços potenciais do ativo subjacente em prazos que, geralmente, vão de seis meses a um ano.
Hora de investir em ETF de criptomoedas?
Após anos conturbados, com o bitcoin e as principais criptomoedas sofrendo com crises institucionais e a falta de apetite do investidor por ativos risco, os criptos entraram em um momento de alta no fim do ano passado.
Neste momento, turbinados por fenômenos como a aprovação do ETF de bitcoin à vista nos Estados Unidos e pelo halving, que reduziu pela metade o volume de mineração de novos bitcoins, a tendência é de alta para a classe de ativos.
Os ETFs da Hashdex captaram neste ano R$ 500 milhões, aponta a gestora. E o HASH11, que como já falamos é o principal produto da corretora e do mercado, que acompanha o Nasdaq Crypto Index, é o quinto maior ETF da B3 em patrimônio líquido, segundo maior em número de cotistas e está consistentemente no Top 5 dos mais negociados na bolsa brasileira.
Já o QBTC11, principal ETF da QR Asset, outra gestora, é Top 5 da bolsa em número de cotistas, com 40 mil investidores. O QBTC11 acompanha o CME CF Bitcoin Reference Rate, sendo um fundo 100% exposto ao bitcoin. .
Principais ETFs de criptomoedas na B3
Neste momento, o mercado brasileira conta com 13 ETFs de criptos. A vantagem brasileira é na variedade: enquanto no exterior ainda se fala em ETF apenas de bitcoin, no Brasil há toda sorte de opções de produtos com exposição a ativos digitais menores, que são mais arriscados e voláteis, mas oferecem maiores potenciais de ganhos ao investidor.
Confira a lista abaixo:
ETF de criptomoeda | Gestora |
Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11) | Hashdex |
Hashdex Nasdaq Bitcoin Reference Price (BITH11) | Hashdex |
QR CME CF Bitcoin Reference Rate (QBTC11) | QR Asset |
Hashdex Nasdaq Ethereum Reference Price (ETHE11) | Hashdex |
Empiricus Teva Criptomoeda Top 20 (CRPT11) | Empiricus |
QR CME CF Ether Reference Rate Fundo (QETH11) | QR |
Hashdex DeFi Index Fundo de Índice (DEFI11) | Hashdex |
Hashdex Smart Contract Platforms (WEB311) | Hashdex |
Investo Vaneck Smart Contract Leaders (BLOK11) | Investo |
It Now Bloomberg Galaxy Bitcoin (BITI11) | Itaú Unibanco Asset |
QR Bloomberg DeFi (QDFI11) | QR Asset |
Investo Vaneck Media And Entertainment (NFTS11) | Investo |
Hashdex Crypto Metaverse (META11) | Hashdex |
ETF de bitcoin: por que ficar ficar de olho
Os ETFs de bitcoin à vista compram uma quantidade selecionada de bitcoins. Eles ficam em uma carteira digital segura por um custodiante.
Esses custodiantes oferecem armazenamento de bitcoins em um cofre seguro. A maioria desses cofres são – como chamam os especialistas em criptografia – vazios em “armazenamento frio”. Isso quer dizer que as chaves dos bitcoins ficam em arquivos offline, protegidas de ataques virtuais.
Os ETFs, então, emitem ações que representam os bitcoins detidos pelo fundo. O preço dessas ações reflete o preço à vista atual do bitcoin. E a negociação se dá por meio de bolsas de valores tradicionais.
Os ETFs de bitcoin à vista tornam mais fácil comprar e vender um ativo vinculado ao valor atual do bitcoin. Isso, sem a necessidade de manter o próprio bitcoin.
Aprovação de ETF de bitcoin nos EUA
Durante anos a CVM americana rejeitou todos os pedidos de ETF de bitcoin à vista, com mais de 20 reprovações entre 2018 e 2023.
A aprovação pela SEC de 11 ETFs de bitcoin à vista em 10 de janeiro, portanto, marcou uma mudança na forma como os reguladores tratam as criptomoedas.
Uma enxurrada de novos pedidos foi enviada à SEC para aprovação, sugerindo que ainda mais ETFs de bitcoin à vista podem estar chegando.
Assim, no curto prazo, mais investidores acharão mais fácil investir em bitcoin por meio desses ETFs à vista. Isso pode significar mais demanda por bitcoin, à medida que os fundos são comprados em exchanges de criptomoedas para atender à demanda dos ETFs à vista.
Futuro promissor
Perguntados se o futuro é promissor, os especialistas dão como exemplo o caso da BlackRock, a maior gestora de ativos de planeta.
O mítico presidente da gestora, Larry Fink, foi por muito tempo um ativo crítico do bitcoin. Mas, hoje, o ETF de bitcoin da casa, o iShares Bitcoin Trust (IBIT), caminha para ser o maior do mundo, com atuais US$ 17,3 bilhões em ativos. Está atrás apenas do ETF da Grayscale, outra gigante, com US$ 18,2 bilhões.
Riscos de investir em ETF de bitcoin
Os investidores, então, devem compreender o risco de investir em um ETF de bitcoin à vista antes de aplicar na classe.
“Os investidores devem abordar com cautela e observar os movimentos anteriores de preços do bitcoin para ter certeza de que podem tolerar a volatilidade antes de mergulhar”, diz Christopher Johns, fundador e consultor de patrimônio da Spark Wealth Advisors, uma empresa de consultoria americana.
O ouro teve uma trajetória semelhante quando os ETFs de ouro à vista foram introduzidos no mundo. Assim, os ativos sob gestão, ou AUM, no jargão de mercado, dos ETFs de ouro à vista aumentaram rapidamente para cerca de US$ 1 bilhão.
Desde então, as participações totais cresceram para mais de US$ 50 bilhões.
Isso, aplicado a fatores macroeconômicos e geopolíticos, com as guerras da Rússia na Ucrânia e de Israel na Palestina, ajudou a empurrar o preço do ouro para máximas.
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