O mercado acionário americano fechou a sessão de ontem em novos recordes, com os investidores avaliando que o Federal Reserve (Fed) continua indicando uma postura favorável aos estímulos monetários, apesar de ter anunciado o começo do processo de redução do seu programa de compras de títulos.
O Fed anunciou ontem que irá reduzir as aquisições mensais de ativos – atualmente em US$ 120 bilhões – em US$ 15 bilhões nas compras de novembro e em “pelo menos” mais US$ 15 bilhões nas de dezembro, deixando as portas abertas para possíveis ajustes ainda neste ano. Caso a redução das compras seja mantido neste ritmo, o processo deve terminar em junho de 2022.
Apesar do anúncio, os índices acionários de Wall Street fecharam em novo recorde triplo. O índice Dow Jones encerrou o dia em alta de 0,29%, a 36.157,58 pontos, o S&P 500 avançou 0,65%, 4.660,57 pontos. O Nasdaq liderou os ganhos, subindo 1,04%, a 15.811,58 pontos.
“A postura da política monetária permanece fornecendo estímulos, com o balanço do Fed devendo bater os US$ 9 trilhões no ano que vem. A economia está acelerando novamente e a inflação vai alcançar os 6%, o que significa que a pressão sobre o Fed para acabar com o QE [“quantitative easing”] mais cedo e elevar os juros certamente vai crescer”, disseram analistas do ING em nota a clientes.
Em relação à taxa referencial de juros, que permanece ao redor de zero, Jerome Powell, presidente do BC americano, disse que os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) nem chegaram a discutir a possibilidade de uma elevação, “uma vez que claramente não alcançamos as condições necessárias, do lado do mercado de trabalho”.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) passaram a subir após a divulgação do comunicado do Fed. O juro do Treasury com prazo de dez anos fechou em alta de quatro pontos-base no pregão de ontem, a 1,60%, mas segue ainda abaixo da máxima recente, que é de 1,68%, alcançada há duas semanas.