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Relatório do BTG Pactual estima que demissão na XP pode chegar a 18%, ou 1.200 pessoas
Num relatório do time de pesquisa do BTG Pactual, com atualização para as ações da XP Inc., os analistas colocaram como uma das premissas para o desempenho operacional da companhia que os ajustes na estrutura do grupo financeiro podem chegar a 18% da sua força de trabalho.
Como a companhia fechou o terceiro trimestre com 6,9 mil empregados, as demissões poderiam chegar a algo em torno de 1,2 mil pessoas.
Com base em conversas com diversos competidores do setor, a percepção é que os cortes tendem a ser mais extensos do que aquilo que foi veiculado na mídia.
Incorporação do Modal
No documento assinado por Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel, os analistas citam que a incorporação do Modal, esperada para o primeiro semestre, também tem funcionado como uma forma para fazer um ajuste significativo no quadro de funcionários. A XP Inc. fechou o terceiro trimestre com 6,9 mil empregados.
“Acreditamos que a empresa pode estar fazendo mais mudanças em seu modelo de parceria”, escrevem os analistas do BTG. Ainda não há detalhes sobre como seria esse desenho, mas a XP Control poderia reunir os membros associados, citam.
Na análise do BTG, cortes de custos mais fortes, incluindo o de pessoal, devem trazer algum alívio para a operação, razão pela qual a área de pesquisa melhorou a projeção de lucro líquido para a empresa em 2023, em 5%.
“Mas como a visibilidade na dinâmica da linha superior permanece baixa, ainda estamos preocupados com crescimento nos próximos anos”, escrevem os analistas.
A combinação de uma Selic alta por mais tempo, o que afasta os investidores de varejo das ações, a competição mais forte com grandes bancos, potenciais conflitos com assessorias de investimentos, os antigos agentes autônomos, e grande migração de ativos para produtos de renda fixa convencionais tornam as expectativas de crescimento mais conservadoras para os ativos sob custódia e a margem de receitas, uma das fortalezas que a empresa vinha mostrando desde o seu IPO.
“Além disso, a ‘história da Americanas’ poderia potencialmente gerar prejuízos para XP e dificultar a atividade de Debt Capital Market (DCM, ou emissões e distribuição de dívida)”, alertam os analistas.
Eles citam estar preocupados principalmente com o fluxo de dinheiro novo e o crescimento dos ativos sob custódia.
Na sua análise, a XP divulgou que os ativos sob custódia alcançaram R$ 946 bilhões em dezembro, com alta de 2% nos últimos meses do ano e incremento de 16% em 12 meses.
A captação líquida, contudo, de R$ 31 bilhões, apresentou queda de 11% no trimestre e de 36% no comparativo anual.
Balanço de 2022
Em 2022 como um todo, a companhia atraiu R$ 155 bilhões em dinheiro novo. A média trimestral caiu de R$ 44 bilhões em 2021 para R$ 39 bilhões no ano passado.
O BTG reduziu as estimativas de despesas operacionais no intervalo entre 2023 e 2025 em 9%, 10% e 5%, respectivamente. E agora prevê que a margem EBT se recupere, de 26,5% em 2022, para 29,4% em 2023 (210 pontos básicos acima do consenso do mercado), com uma média de 30%, pouco acima do guidance.
Ao mesmo tempo, a casa decidiu ser mais conservadora nas linhas de receitas, assumindo um incremento menor na captação e nos ativos sob custódia. Prevê receitas com institucionais mais fracas também.
Assim, assume que a receita líquida vai aumentar 2%, 4% e 3%, no intervalo de 2023 a 2025.
O lucro líquido chegaria a R$ 4,1 bilhões neste ano, com alta de 11% ante 2022, ficando 5% acima da estimativa anterior.
Também com uma visão mais otimista para o controle de custos, a projeção de lucro por ação foi elevada em 1% para 2024 e -3% para 2025.
O preço-alvo subiu para as ações da XP Inc., negociadas na Nasdaq, aumentou de US$ 17 para US$ 18, com indicação neutra para os papéis.
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