O dólar pode subir para R$ 5 com a queda da Selic? 

Entenda a relação da taxa básica de juros com a moeda norte-americana e o que podemos esperar para esse e o próximo ano

A taxa Selic está em tudo. Os juros básicos impactam o empréstimo que você toma, o retorno de diversos investimentos e também a variação cambial, principalmente o dólar. Te explicamos agora essa relação: quanto mais altos os juros brasileiros, mais atrativo o país se torna para investidores estrangeiros. Com a entrada de capital estrangeiro e o aumento de oferta da moeda de um outro país, o real tende a valorizar. E vice-versa. Com a queda da Selic, o movimento é contrário, com uma tendência de valorização do dólar.  

Mesmo com essa relação, André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, destaca que quando o assunto é câmbio, muitas variáveis podem impactar uma moeda – principalmente o dólar, a mais forte há muitos anos. “Há uma certa correlação entre Selic e o dólar, mas essa é uma de diversas variáveis que impactam a moeda”, ressalta. 

De olho no FED 

Com uma Selic em queda, os próximos passos do Fed, banco central do Estados Unidos, podem influenciar os rumos da moeda norte-americana. “Se ele não começar a cortar os juros tão cedo nos EUA, isso pode sim pressionar o dólar a se manter em alta. Por outro lado, alguns fatores podem provocar uma queda na moeda, como alta nas commodities e uma melhora no cenário fiscal no Brasil”, explica André.  

O dólar pode subir para R$ 5? 

Para este ano, o especialista acredita que é pouco provável que o dólar chegue em R$ 5. No início da tarde desta sexta-feira (11), ele está em R$ 4,90. “Isso considerando o cenário fiscal, a atual política monetária e a retomada de alta das commodities, como o petróleo. Além disso, o segundo semestre historicamente tem uma maior demanda por remessas para o exterior de empresas que tem filiais aqui. Acredito que o dólar se encontra hoje em uma zona de conforto, na faixa dos R$ 4,80 a R$ 4,90, e não deve sair disso”.  

Para o ano que vem, na visão de André, a tendência é que um cenário de corte de juros nos EUA possa pressionar o dólar para baixo. A moeda norte-americana também pode desvalorizar com a melhora no cenário fiscal no Brasil e um impacto positivo nos balanços das empresas com a queda da Selic. 

“Com todo esse cenário, o dólar deve voltar a ter uma queda mais acelerada em 2024, contanto que não haja nenhum ruído que provoque aversão ao risco no mercado”, ressalta o especialista.

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