Por crédito imobiliário, Caixa negocia mudanças no compulsório com BC e Fazenda

Banco estatal quer uma alternativa para poupança, cujos recursos têm diminuído, uma vez que investidores têm procurado alternativas melhores

A Caixa Econômica Federal está negociando com o governo federal mudanças nos depósitos compulsórios para ter mais recursos para o crédito imobiliário.

“Estamos discutindo esse assunto com BC e Fazenda”, disse a jornalistas nesta terça-feira (14) o vice-presidente de finanças da Caixa, Marcos Brasiliano.

O compulsório é uma parte dos depósitos dos clientes que os bancos comerciais são obrigados a recolher aos cofres do BC diariamente.

Se o BC diminuir o volume desse recolhimento, em tese os bancos teriam mais dinheiro para emprestar.

Principal concessora de crédito imobiliário do país, com cerca de 70% do setor, a Caixa ampliou a diferença em relação aos demais bancos no último ano, num período de taxas de juros mais altas.

Em 12 meses até setembro, os empréstimos do banco para o setor cresceram 14,6%, enquanto a média do mercado evoluiu 1,7%.

No entanto, a Caixa tem sofrido com o persiste esvaziamento dos saldos da caderneta de poupança, enquanto as pessoas têm buscado alternativas de investimentos com rentabilidade maior.

A caderneta de poupança é o principal fundo para a concessão de crédito para habitação no banco.

“Nosso planejamento para 2024 é não fazer menos do que fizemos neste ano em crédito imobiliário”, acrescentou Brasiliano.

Mercado pop

O presidente-executivo da Caixa, Carlos Vieira, adiantou que o banco deve divulgar em breve um programa para popularizar os investimentos no mercado de capitais entre a baixa renda.

Vieira, que assumiu na semana passada no lugar de Rita Serrano, não deu detalhes sobre o projeto, mas adiantou que deve implementar algumas mudanças na gestão do banco, propostas que serão submetidas ao conselho de administração.

“Vamos levar a baixa renda para o mercado de capitais”, disse Vieira.

O executivo também sinalizou que a Caixa vai fazer parcerias com fintechs para acelerar a digitalização no banco.