Quem é Carlos Lupi, nomeado ministro da da Previdência de Lula?

Presidente nacional do PDT, Lupi já foi ministro de Lula e apoiou sua candidatura no segundo turno das eleições

O presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, para comandar o Ministério da Previdência em seu próximo governo. Seu nome foi confirmado junto com os de outros 15 ministros no pronunciamento de Lula nesta quinta-feira (29).

A nomeação é relevante para dar ao novo governo uma cara de frente ampla. Nas eleições de outubro deste ano, o PDT lançou seu próprio candidato à Presidência, Ciro Gomes, que atacou repetidamente Lula durante a campanha. Após terminar em quarto lugar, o partido afirmou publicamente que apoiaria o petista no segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Carlos Roberto Lupi já foi ministro de Lula. Em seu segundo mandato presidencial, o político assumiu o Ministério do Trabalho e Emprego, cargo que exerceu até 2011, durante o mandato de Dilma Rousseff (PT), quando foi acusado de envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro por meios de contratos com ONGs. Ele deixou o cargo após a Comissão de Ética Pública da Presidência da República recomendar sua saída.

À época, ele declarou ter sofrido “perseguição política e pessoal da mídia […] sem direito de defesa e sem provas; levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética da Presidência da República — que também me condenou sumariamente com base neste mesmo noticiário sem me dar direito de defesa”.

Natural de Campinas (SP), Lupi nasceu em 1957 e se mudou ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde fundou primeiro grêmio estudantil de seu colégio e entrou para a militância política.

Filiou-se ao então Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) enquanto ainda era aluno do curso de administração da Faculdade de Formação Profissional Integrada. Após uma disputa política entre os herdeiros do trabalhismo brasileiro e do varguismo, o partido mudou de nome e segue com ele até hoje, PDT. Lupi foi um dos fundadores da Juventude Socialista da legenda.

Em 1990, elegeu-se deputado federal, cargo do qual se licenciou para assumir a chefia da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro. No partido, atuou como vice-líder na Câmara, secretário da Executiva Regional e tesoureiro da Executiva Nacional.

Atualmente, é o vice-presidente da Internacional Socialista, fórum mundial de diálogo entre partidos de esquerda.

(Por Arthur Guimarães, repórter do JOTA em São Paulo)