PIB do Brasil sobe 0,1% no 3º trimestre puxado por serviços e indústria; agro tem retração

Economia do país acumula um crescimento de 3,1% em 12 meses

O IBGE informou nesta terça-feira (5) que o PIB do Brasil cresceu 0,1% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre de 2023. Assim, a economia do país acumula um avanço de 3,1% em 12 meses.

Essa é a terceira taxa positiva trimestral seguida, após a queda de 0,1% nos últimos três meses de 2022.

Com isso, o IBGE destaca que o PIB do Brasil está novamente no maior patamar da série histórica e opera 7,2% acima do nível pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019.

Em valores correntes, foram gerados R$ 2,741 trilhões no terceiro trimestre.

Indústria e serviços sobem

Entre os setores da economia, tanto os serviços quanto a indústria avançaram 0,6% entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023.

Nas atividades industriais, houve variações positivas das indústrias extrativas (0,1%) e das indústrias de transformação (0,1%). Já a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceu 3,6%.

A construção recuou 3,8% no período.

Em relação às atividades dos serviços, houve avanço em: atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%), atividades imobiliárias (1,3%), informação e comunicação (1,0%), outras atividades de serviços (0,5%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e comércio (0,3%).

Por outro lado, a atividade de transporte, armazenagem e correio recuou 0,9%.

Ainda dentro dos principais setores produtores do PIB do Brasil, a agropecuária teve uma retração de 3,3%. De acordo com os dados revisados na publicação, essa foi a primeira queda da atividade após cinco trimestres com taxas positivas.

“A agropecuária atingiu o seu maior patamar no trimestre passado e neste (dado) há a saída da safra da soja, a maior lavoura brasileira, que é concentrada no primeiro semestre”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

“Então há a comparação de um trimestre em que há um grande peso da soja com outro em que ela não pesa quase nada. Portanto, essa queda era esperada, mas está sendo um bom ano para a atividade, que está acumulando alta de 18,1% até o terceiro trimestre”, avalia a pesquisadora.

Sob a ótica da demanda

Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, aponta o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixo caiu 2,5%. “É um reflexo da política monetária contracionista, com queda na construção e também na produção e importação de bens de capital. Todos os componentes que mais pesam nos investimentos caíram neste trimestre”, analisa Rebeca.

Já a Despesa de Consumo das Famílias subiu 1,1% e a Despesa de Consumo do Governo variou 0,5%. “O crescimento do consumo das famílias é explicado por alguns fatores, como os programas governamentais de transferência de renda, a continuação da melhora do mercado de trabalho, a inflação mais baixa e o crescimento do crédito”, prossegue a coordenadora.

Além disso, no setor externo, enquanto as exportações de bens e serviços avançaram 3,0%, as importações recuaram 2,1% no terceiro trimestre contra o segundo trimestre de 2023.

Salto do agro em 12 meses

Se contraiu no terceiro trimestre, a agropecuária é a protagonista no avanço de 3,1% do PIB do Brasil no acumulado em 12 meses.

No período, conforme o IBGE, a agropecuária tem uma expansão de 14,4%, seguida dos avanços de 2,8% dos serviços e de 2% da indústria.

Por fim, na análise da demanda, a Despesa de Consumo das Famílias cresceu 3,7% e a Despesa de Consumo do Governo, 1,0%. Enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo recuou 1,1%.

No âmbito do setor externo, as exportações subiram 10,3% e as importações baixaram 0,1%.