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Nubank completa um ano de IPO e ação acumula queda superior a 55%
O Nubank completa nesta quinta-feira (08) exatamente um ano desde que precificou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), com a estreia no dia seguinte, ou seja, 9 de dezembro de 2021. Depois de ter sido precificado a US$ 9, na estreia o papel subiu quase 15%, chegando a US$ 10,31. Nesta quarta-feira (07), a ação fechou a US$ 3,97. Em relação ao preço definido no IPO, a queda é de 55,9%. Já em comparação ao fechamento do primeiro dia de negociação, a retração chega a 61,5%.
Nesse um ano, muita coisa aconteceu. A base de clientes da instituição segue crescendo exponencialmente e passou de 48 milhões para 70,4 milhões. O banco passou de prejuízo para lucro, embora ainda muito pequeno. O Brasil segue sendo de longe seu maior mercado, mas o México começa a ganhar alguma relevância, com 3 milhões de clientes. E mesmo na governança houve mudanças. O fundador David Vélez continua como CEO global, mas Yousseff Lahrech se tornou presidente, enquanto Cristina Junqueira passou a chefiar mais especificamente a operação brasileira.
A trajetória do Nubank na bolsa não tem sido sem percalços. Um deles foi o fechamento de capital no Brasil. Quando fez seu IPO, há um ano, o Nubank alardeou que faria uma dupla listagem das ações — no Brasil e nos EUA — e reforçou que o desenho refletia a importância dada aos investidores brasileiros. O modelo foi necessário para que o banco pudesse criar o programa NuSócios, que deu um BDR a cada cliente que se cadastrou, em um total de 7,558 milhões de pessoas.
Em setembro deste ano, no entanto, a companhia afirmou que deixaria de ter capital aberto no Brasil e que seu BDR negociado na B3 passaria de nível 3 para nível 1. Agora, inclusive, termina o período de “lock-up” de um ano e os donos do “pedacinho” do Nubank poderão escolher se manterão seus recibos ou se preferirão receber em dinheiro.
Outra polêmica foi a remuneração de Vélez. Foi revelado que, se as ações do banco atingissem determinado patamar, o fundador teria direito a um número de papéis cujo valor até 2029 foi estimado em quase US$ 423 milhões. Na semana passada – com os papéis ainda muito longe das metas – o plano de outorga de ações para o executivo acabou sendo cancelado.
Por Álvaro Campos
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