Schalka deixa a presidência da Suzano; Alberto Fernandez, principal executivo da Rumo, assume

O conselho da Suzano consignou que Schalka seja indicado para compor a chapa a ser submetida pela administração para a eleição do Conselho de Administração na próxima assembleia

A Suzano (SUZB3) informou na quarta-feira (28) a saída de Walter Schalka da presidência da companhia. Em seu lugar, foi aprovado, então, em reunião do conselho de administração, o nome de João Alberto Fernandez, que assumirá como CEO em julho deste ano.

A partir de 2 de abril, os dois executivos passam a conduzir conjuntamente e de forma ordenada o processo de sucessão até 1º de julho.

Em comunicado, os membros do conselho, aliás, agradeceram “com profunda admiração e gratidão, os inestimáveis serviços prestados pelo sr. Walter Schalka à companhia durante sua gestão como CEO, que alçou a Suzano à posição de líder global no seu setor de atuação”.

Ressaltaram ainda a liderança de Schalka como visionária, estratégica, com expertise ímpar e dedicação incansável. E esses são “pilares fundamentais para o crescimento exponencial e transformacional da companhia ao longo dos últimos anos”.

O conselho consignou ainda que Walter Schalka seja indicado para compor a chapa a ser submetida pela administração à eleição do Conselho de Administração na próxima Assembleia Geral Ordinária.

Quem é João Alberto Fernandez, sucessor de Walter Schalka?

João Alberto Fernandez assume como CEO da Suzano em julho. O executivo possui, afinal, 30 anos de carreira, dos quais 18 anos na Shell, onde ocupou diversas posições no Brasil, Inglaterra e Argentina.

Posteriormente, ele atuou na Raízen por sete anos, como diretor de Energia e como vice-presidente do Negócio Etanol, Açúcar e Energia.

Nos últimos cinco anos, foi CEO da Rumo, empresa de logística ferroviária.

Queda no 4° trimestre

O lucro líquido da Suzano (SUZB3) no quarto trimestre de 2023 somou R$ 4,515 bilhões. Isso, portanto, representa uma queda de 39% ante o mesmo período de 2022, informou a companhia em seu balanço divulgado nesta quarta.

Na comparação trimestral, aliás, a produtora de celulose conseguiu reverter o prejuízo de R$ 729 milhões apurado no intervalo anterior. Vale lembrar que este foi decorrente do impacto negativo da desvalorização cambial.

De acordo com a Suzano, a queda na comparação anual é explicada, principalmente, pela redução no resultado operacional (queda da receita líquida). Essa foi parcialmente compensada pela redução na despesa com o Imposto de Renda e contribuição social sobre lucro líquido (IR/CSLL) e maior receita financeira.

Além disso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Suzano atingiu R$ 4,505 bilhões no quarto trimestre de 2023. O valor é 45% menor na comparação anual e representa uma recuperação de 22% no intervalo trimestral.

Para justificar o recuo do Ebitda em relação ao mesmo período de 2022, a Suzano cita o menor preço médio líquido da celulose em dólar (-31%), além da desvalorização de 6% do dólar médio frente ao real médio e uma elevação de 4% nas despesas administrativas, de vendas e gerais (SG&A), sobretudo por maiores despesas de vendas.

Quanto à receita líquida, o resultado da Suzano foi de R$ 10,372 bilhões no quarto trimestre de 2023. O valor representa queda de 28% na comparação anual e aumento de 16% ante os três meses imediatamente anteriores.

Ainda segundo a Suzano, a queda na receita em relação ao quarto trimestre de 2022 é explicada, principalmente, pelo menor preço médio líquido da celulose em dólar (-31%) e do preço do papel em dólar no mercado externo (-35%), além da desvalorização do dólar médio frente ao real médio (-6%).

Dívida

A dívida líquida da Suzano chegou a R$ 55,560 bilhões no quarto trimestre de 2023, queda de 4% na comparação com os valores observados ao final de setembro. A dívida bruta total, por sua vez, encerrou o período em R$ 77,173 bilhões, avanço de 3%, considerando o mesmo intervalo de comparação.

Os principais fatores que explicam a redução da dívida líquida foram a variação cambial e a geração de caixa livre no período, apontou a Suzano.

Segundo a empresa, o total de dívida bruta registrada ao final do período foi composto por 94% dos vencimentos concentrados no longo prazo e 6% no curto prazo. Já a dívida em moeda estrangeira representava 79% do montante total devido. A posição de caixa, por sua vez, encerrou o quarto trimestre em R$ 21,6 bilhões.

A alavancagem em dólar ficou em 3,1 vezes, ante 2,7 vezes no terceiro trimestre de 2023 e 2 vezes no quarto trimestre de 2022, informou a Suzano no resultado financeiro divulgado nesta quarta-feira.

Com informações do Estadão Conteúdo