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‘Estamos ensinando a IA a entender o mundo real’, diz CEO da Nvidia
A aplicação da IA generativa em robôs e carros autônomos, ou “IA física” é a próxima fronteira da inteligência artificial (IA) generativa e a aposta da fabricante de processadores Nvidia, destacou o fundador e executivo-chefe (CEO) da companhia, Jensen Huang, na palestra de abertura da feira CES 2025, em Las Vegas, proferida na noite de segunda-feira (6).
“Estamos ensinando a IA a entender o mundo real”, disse Jensen, usando uma jaqueta de couro brilhante a uma arena praticamente lotada, com capacidade para 12 mil pessoas. Ele se referiu ao Nvidia Cosmos, que denominou como “um modelo global de treinamento de modelos de IA para o mundo físico”, incluindo robôs humanoides e veículos autônomos.
“A IA física revolucionará indústrias de manufatura e logística de US$ 50 trilhões”, citou o executivo. “Tudo o que se move — de carros e caminhões a fábricas e armazéns — será robótico e incorporado pela IA”.
Huang anunciou a montadora japonesa Toyota como a mais nova parceira da Nvidia na adoção de ferramentas de treinamento de veículos autônomos usando dados sintéticos [simulações de realidade geradas por algoritmos] e recursos gráficos para aprimorar a autonomia dos veículos.
O fundador da Nvidia voltou a se apresentar na CES, após oito anos. Em 2017, Huang vestia a jaqueta de couro preta, que virou sua marca registrada, mas sem brilhos, quando a empresa que fundou em 1993 era mais conhecida entre os fãs de jogos. No evento, uma versão turbinada das placas de vídeo GeForce, com uma versão das GPUs Blackwell, também foi anunciada pelo executivo.
Na segunda, após as ações da Nvidia baterem um novo recorde de alta na bolsa Nasdaq, quem esperou por quase duas horas na fila para a apresentação, passou por um esquema de segurança e uma multidão digna de um show de rock, entendeu quem está ditando o ritmo da indústria de tecnologia.
Cercado de robôs humanoides projetados por parceiros, em um momento da apresentação, Huang mostrou que a convivência entre humanos e máquinas descrita em obras o escritor e bioquímico russo-americano Isaac Azimov, está mais próxima da realidade do que pensávamos.
O CEO da Nvidia ressaltou que “a era da robótica está logo ali virando a esquina”, mas que o desafio é treinar os robôs. Ele também anunciou um conjunto de processos para o treinamento de robôs com dados sintéticos, batizado de “Nvidia Isaac Groot”.
O treinamento de movimentos humanos feito por máquinas compreende a criação, pela IA, de 20 milhões de horas de vídeos mostrando diferentes movimentos humanos, como gestos e tarefas com as mãos, como um treinamento feito por máquinas para máquinas. Segundo Huang, “é uma nova forma de gerar sinteticamente bilhões de movimentos para que os robôs consigam aprender a realizar tarefas”.
Outra novidade anunciada pelo executivo foi um conjunto de modelos amplos de linguagem (LLMs, na sigla em inglês) pré configurados para facilitar a criação dos chamados “agentes de IA”.
Os modelos “Nvidia Llama Nemotron” se baseia no modelo de linguagem de codigo aberto Llama, da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp. Entre os exemplos de agentes de IA pré-configurados estão agentes de verificação de segurança de software, de monitoramento de tráfego e suporte à área de Recursos Humanos. “Esta será a próxima aplicação gigante a IA”, destacou Huang.
Geração de retorno sobre investimentos na nuvem
A multiplicação de dados sintéticos pela IA e de “agendes de IA” para a realização de tarefas operacionais são formas de gerar retorno sobre pesados investimentos na infraestrutura computacional que faz a IA generativa rodar.
O fundador da Nvidia, que vende componentes de custo e demanda altos às gigantes de tecnologia, passou sobre o tema durante sua apresentação. “Precisamos buscar uma forma de compensar os investimentos massivos [em IA] na nuvem”, disse Huang. “No futuro, a IA estará pensando, e processando [informações] e refletindo sozinha. Por isso precisamos que a nova geração de tokens avance e que o custo caia”, afirmou.(A repórter viajou a convite da TCL)
Com informações do Valor Econômico
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