Justiça homologa plano de recuperação judicial da Americanas (AMER3)

A empresa reportou prejuízo de R$ 1,621 bilhão no terceiro trimestre, 17,8% menor do que a perda de R$ 1,972 bilhão um ano antes.

A Justiça do Rio de Janeiro homologou nesta segunda-feira (26) o plano de recuperação judicial da Americanas (AMER3). A informação foi dada pela diretora financeira e de relações com investidores da empresa, Camille Faria, durante teleconferência para comentar os resultados da empresa de janeiro a setembro de 2023.

A partir de agora, a direção da Americanas espera pela publicação da homologação no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Após a publicação, passam a correr os prazos da recuperação. “Esperamos que a publicação (da homologação) aconteça nesta semana ainda”, diz Camille Faria. Os primeiros pagamentos acontecem 45 dias após esse rito.

Resultados da Americanas

Mais cedo, a Americanas divulgou os resultados financeiros da operação referentes aos nove primeiros meses do ano passado.

A empresa reportou prejuízo de R$ 1,621 bilhão no terceiro trimestre, 17,8% menor do que a perda de R$ 1,972 bilhão um ano antes.

Nos nove primeiros meses de 2023, a Americanas acumulou prejuízo de R$ 4,611 bilhões, queda de 23,5%.

Americanas promete redução de dívida em junho

Os analistas receberam bem os números da empresa. Assim como o endividamento da rede de varejo. No encerramento do terceiro trimestre de 2023, as dívidas líquidas somaram R$ 33,443 bilhões, um aumento de 10,6% na comparação com setembro de 2022.

Mas, segundo a diretora financeira da Americanas, esse número tem tendência de “relevante redução” com a execução do plano de recuperação judicial.

Ela espera que, após plano de capitalização de R$ 24 bilhões, esperado para julho, a companhia consiga reverter essa posição de dívida para “apenas” R$ 1,875 bilhão. Para fechar essa conta, a empresa conta com os descontos da dívida propiciados pela negociação dentro da recuperação judicial.

“A companhia, assim, espera equalizar a sua estrutura de capital e atingir uma dívida bruta de apenas R$ 1,875 bi, que é a debênture que vai ser emitida no novo plano”, afirmou a executiva.

Equacionada a sua posição de caixa, “a direção da empresa pode voltar a focar apenas na operação”, disse ela.

Os credores aprovaram o plano de capitalização de R$ 24 bilhões, previsto para acontecer em junho próximo. Ele envolve um aporte de R$ 12 bilhões dos acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. E a conversão de outros R$ 12 bilhões que atualmente são dívidas em ações da companhia.