Os gastos já executados pela Braskem por causa do afundamento do solo em cinco bairros de Maceió e as provisões remanescentes totalizam R$ 16,3 bilhões até o momento, disse o vice-presidente de finanças, suprimentos e relações institucionais da petroquímica, Pedro Freitas.
Conforme o executivo, o volume provisionado vem crescendo desde 2019, quando foi detectado o problema geológico na capital alagoana, à medida que evoluíram o entendimento sobre a situação e os acordos de indenização firmados com as autoridades.
“É um evento bastante dinâmico. Está mais entendido e consolidado, porém não dá para afirmar que está 100% dominado”, afirmou, ao ser questionado sobre a possibilidade de essas despesas voltarem a crescer.
O executivo reconheceu ainda que o problema em Alagoas afeta decisões de investimento, incluindo a de investidores interessados em comprar a fatia da Novonor na petroquímica, embora a companhia não tenha a informação de quanto essa questão pesou na desistência de potenciais compradores.
“Sabemos que é um tema que afeta decisão. Agora, sobre o quanto afetou, não temos essa informação detalhada”, comentou.
A LyondellBasell encerrou as conversas com a antiga Odebrecht para compra da Braskem, em junho de 2019, logo após a gravidade do problema geológico em Maceió vir a público e ser atribuída, pelas autoridades, à antiga extração de sal-gema na capital.
Neste ano, a Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) também abandonou as conversas com a Novonor, decisão atribuída por fontes próximas às negociações às incertezas relacionadas ao tamanho do problema em Maceió.
Conforme Freitas, a Braskem segue avançando no fechamento da mina e, das 16 cavidades que serão preenchidas com areia, 6 já estão finalizadas. Os trabalhos devem se estender até o fim de 2026. Três poços que seriam fechados por meio de outra solução (tamponamento e pressurização) foram adicionados ao grupo de fechamento com areia.
Da provisão remanescente com Alagoas, que totalizava R$ 4,8 bilhões em setembro, R$ 1,5 bilhão estão reservados para o fechamento da mina. No total, até o momento, a Braskem já desembolsou R$ 12,2 bilhões com o problema geológico. Conforme Freitas, a realocação das famílias afetadas está praticamente concluída.
*Com informações do Valor Econômico