Azul (AZUL4) pode comprar a Gol (GOLL4)? Ações das aéreas sobem com rumores de negociação

Mercado repercute rumores de que a Azul trabalha com o Citi e Guggenheim Partners para explorar uma potencial oferta pela Gol

As ações das aéreas Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4) são destaques do pregão da bolsa nesta terça-feira (5).

O mercado repercute uma reportagem publicada mais cedo pelo site da agência norte-americana Bloomberg de que a Azul trabalha com o Citi e o Guggenheim Partners para explorar uma potencial oferta pela Gol.

Às 13h40 as ações da Azul PN (AZUL4) subiam 5,21%, ao passo que os papeis da Gol (GOLL4) avançavam 5,16%. Isso, em um dia em que o Ibovespa anda de lado, em alta leve de 0,13%, negociado a 128 mil pontos.

AZUL: como o mercado vê negócio para AZUL4?

Em relatório, Mateus Haag, analista da Guide Investimentos, comenta o negócio como positivo para o setor. “Se as empresas se juntarem, a competição no setor diminui e poderia haver sinergias, o que é positivo”, pontua.

Ygor Araujo, analista de ações da Genial, pondera que, apesar de bem recebida por investidores, a negociação poderia enfrentar dificuldades regulatórias. Isso, mesmo com uma baixa sobreposição entre as rotas das empresas.

“Apesar das dificuldades financeiras, a Azul fortaleceu seu balanço e ainda pode decidir deixar a oferta de lado. Um possível acordo poderia reconfigurar o cenário da aviação no Brasil, podendo ampliar as operações da Azul”, considera.

Entenda a negociação

Reportagem da Bloomberg News, destaca que a companhia aérea Azul está trabalhando com o Citigroup e com o escritório de fusões e aquisições Guggenheim Partners para explorar uma potencial oferta pela aérea Gol. Segundo a agência, a informação vem de fontes próximas à operação.

Neste momento, afirma, a Azul avalia diversas opções, incluindo a aquisição completa de sua rival. Ou, simplesmente, pode decidir por deixar a ideia de lado.

Gol está em recuperação judicial nos EUA

No final de janeiro, a Gol entrou com pedido de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos.

O anúncio é mais um capítulo do ciclo adverso que abateu o setor aéreo no Brasil e no mundo desde a pandemia, em 2020.

Com as operações congeladas por meses em meio ao isolamento social imposto para impedir a propagação da Covid-19, as empresas depois enfrentaram aumento significativo dos preços de combustíveis e escassez de oferta de aeronaves.

Mesmo a forte recuperação do setor no Brasil a partir de 2022 não foi suficiente para melhorar a situação financeira da companhia.

No fim de setembro, último dado público disponível, a dívida líquida da Gol era de R$ 18,5 bilhões, ou o equivalente a 5,5 vezes a geração de caixa de um ano da empresa.