Morning call: na ‘sexta-feira do ano’ que é dezembro, duas certezas sobre a bolsa

Outro dia ouvi dizer que dezembro é a sexta-feira do ano. Faz sentido, também, quando a gente olha o mercado financeiro neste princípio de último mês do ano. Passado o período de ansiedade e posterior cancelamento do governo pelo mercado após a divulgação do pacote fiscal, o que se vê neste finzinho de semana é uma bolsa de valores no modo lenga-lenga. É essa a principal conclusão do morning call de hoje. Não por acaso, uma sexta-feira.

Assim, é possível arriscar com algum nível de certeza que o Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores, terminará o ano negativo. Hoje essa queda gira em torno de 4,7%. Mesma queda experimentada por importantes ações: Bradesco (BBDC3; BBDC4) cai mais de 20% em 2024 e Vale (VALE3) cai em torno de 20%.

Também arrisca-se com bom grau de certeza que a bolsa de valores neste ano não vai chegar nem perto de um rali, como aliás ocorreu no ano passado. Sempre importante lembrar: no fim de 2023 o mercado falava da bolsa atingir 150 mil pontos. Not today. Ou melhor: not this year.

Morning call: principal agenda é nos Estados Unidos

Dito tudo isso, nada de novo no front nacional. E a agenda econômica da sexta-feira fica por conta de um dado dos Estados Unidos. Assim, o país divulga o payroll. São dados de novembro do mercado de trabalho norte-americano.

Então, é interessante observar que o dado é importante em termos da condução da política monetária. Mas por lá o que se observa mesmo são os anúncios dos nomes escolhidos por Donald Trump para administrar a maior economia do mundo ao seu lado. Tendo novidade, o mercado pode oscilar.

Voltando ao Brasil: reunião do Copom

Nem sequer a reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, deve mexer com os ponteiros por aqui. Afinal, o mercado já dá como certo que o aumento da taxa Selic acontecerá. Resta saber em qual medida. Pouco provável um aumento de 0,25 ponto. Mais esperada uma alta de 0,75 ponto. E não será surpresa alguma a elevação de 1 ponto.

Então, faz sentido ponderar que o mercado já olha à frente. Mais precisamente para janeiro, que é quando o novo presidente do Banco Central assume. Dessa forma, Gabriel Galípolo assume com o ônus da prova. Precisa provar que não está lá a mando do governo federal. É um desafio e tanto e esse tema sim pode mexer com o mercado.

Agora, vamos ao fechamento dos mercados.

Morning call: como fecharam as bolsas

O desempenho mais positivo de boa parcela das ações de blue chips elevou os ganhos do Ibovespa na sessão desta quinta-feira, com destaque para papéis de bancos.

A aprovação dos requerimentos de urgência para dois projetos de lei do ajuste fiscal na Câmara, na noite de quarta-feira, também ofereceu suporte para que os ativos domésticos anotassem um dia de alívio. O índice encerrou o dia em alta de 1,40%, aos 127.858 pontos, oscilando entre os 126.087 pontos e os 127.989 pontos. As ações do Itaú Unibanco subiram 2,14%.

Os papéis da Eletrobras passaram por forte reprecificação na sessão de hoje.

A companhia informou o mercado que avançou nas negociações com o governo para colocar um fim ao processo movido pela União que contesta a privatização da empresa. As ações ON fecharam em alta de 4,02%, enquanto as PNB avançaram 3,44%, entre os cinco maiores ganhos do Ibovespa, juntamente com as ações da Ambev, que tiveram o quinto pregão seguido de avanço e subiram 3,52%.

O volume financeiro no índice foi de R$ 16,1 bilhões e de R$ 22,9 bilhões na B3.

Em NY, o dia foi mais negativo para os principais índices acionários: o Dow Jones recuou 0,55%, o S&P 500 caiu 0,19% e o Nasdaq teve queda de 0,18%.

Com informações do Valor Econômico

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