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JBS lucra R$ 5,1 bi e vai distribuir mais R$ 2,2 bi em dividendos
Empresas citadas na reportagem:
Os Estados Unidos, mais uma vez. Impulsionada pelas operações no mercado americano, a JBS acaba de reportar um lucro líquido de R$ 5,1 bilhões no primeiro trimestre, montante expressivo que já vai permitir a antecipação do pagamento de dividendo – R$ 2,2 bilhões, ou R$ 1 por ação.
Ainda aproveitando a demanda aquecida por carnes nos EUA, a JBS mais que dobrou o lucro em relação ao mesmo trimestre do ano passado, quando entregou um resultado de R$ 2 bilhões. A expansão da companhia, que fez várias aquisições no ano passado, também ajudou a aumentar o faturamento. No trimestre, a receita líquida da JBS cresceu 20,8%, atingindo R$ 90,8 bilhões.
Nesse ritmo, a JBS atingiu um feito que, até poucos anos, seria impensável para uma companhia de origem brasileira. De acordo com um ranking organizado anualmente pela Bloomberg, a firma dos irmãos Batista desbancou a Nestlé como a maior companhia de alimentos do mundo, em faturamento. Em doze meses, a receita líquida da JBS chega a R$ 366 bilhões (o equivalente a US$ 69 bilhões).
Em entrevista ao Valor, o principal executivo de finanças da companhia, Guilherme Cavalcanti, comemorou o crescimento alinhado à geração de valor para os acionistas. No período de doze meses encerrado em março, o retorno sobre o capital investido (ROIC) da JBS chegou a 26%, o maior nível da história do grupo. Quando se considera que o mercado estima que o grupo possui um custo médio de capital de 7,5%, a companhia estaria gerando a diferença (18,5%) em valor.
No acumulado do ano, a JBS já retornou mais de R$ 5 bilhões aos acionistas, cifra que inclui as recompras de ações feitas no primeiro trimestre (R$ 1,8 bilhão) e também em abril (mais R$ 1 bilhão) e os R$ 2,2 bilhões em dividendos. Em 2022, no entanto, a ação da JBS ainda cai 5,8%. No mesmo período, o Ibovespa recuou 0,4%, e as rivais Marfrig e BRF perdem 30,2% e 45,2%.
De acordo com Cavalcanti, a JBS vem conseguindo remunerar os acionistas e fazer M&As ao mesmo tempo em que mantém a estrutura de capital saudável, com redução no custo da dívida. O grupo encerrou março com um índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em dólar de 1,53 vezes, praticamente estável em relação ao indicador de 1,46 vez de dezembro. “Se pegar o Ebitda de doze meses, eu tenho cobertura para 12 vezes os juros anuais”, disse ele.
Operacionalmente, os negócios da JBS tiveram um resultado melhor nos Estados Unidos, onde está a maior parte do faturamento. No primeiro trimestre, o negócio de carne bovina na América do Norte (que também inclui frigoríficos no Canadá) teve um Ebitda de R$ 4,1 bilhão, incremento de 55,7% na comparação anual. A margem Ebitda atingiu 14,2%, alta 3,1 pontos. A receita dessa frente de negócios somou R$ 28,9 bilhões, um aumento de 21,1% na mesma base de comparação.
A Pilgrim’s Pride, controlada listada na Nasdaq, foi a segunda maior responsável pelo resultado da JBS no trimestre. A companhia, que é a segunda maior em carne de frango dos EUA e possui operações na Europa, já havia reportado o balanço, com um Ebitda de R$ 3,2 bilhões (alta de 67,4%), margem de 14,5% e uma receita R$ 22,1 bilhões, o que representa um aumento de 24%.
Entre as divisões, a Seara teve o pior desempenho, pressionada pelos custos mais altos com a ração de frangos e suínos e o ambiente macroeconômico turbulento no Brasil, com a inflação afetando o consumidor. No trimestre, o Ebitda da Seara caiu 33,9% na comparação anual, para R$ 616 milhões. A margem Ebitda encolheu 5,4 pontos, para apenas 6,5%. Ainda assim, ficou acima da reportada pela concorrente BRF, que entregou uma margem de só 1% nesse intervalo.
No consolidado, a JBS registrou um Ebitda de R$ 10 bilhões, crescimento de 46,7% em relação aos R$ 6,8 bilhões do mesmo intervalo do ano passado. A margem Ebitda da companhia subiu 2%, para 11,1%. Como costuma ocorrer no primeiro trimestre, , quando os pagamentos a fornecedores nos EUA estão concentrados, a JBS teve fluxo de caixa negativo de R$ 2,8 bilhões.
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