Índices de mercado, ETFs e Lego: como eles se relacionam?

Pense em tijolos ou peças de Lego. Quantos formatos de casas, edifícios, hospitais, galpões, aeroportos ou estações de trem podem ser imaginados e montados?

Os objetivos financeiros, prazos e tolerância a risco são individuais, cada indivíduo ou subgrupo deles possui necessidades diferentes, que precisam ser consideradas ao se montar uma carteira de investimentos que auxilie na conquista destes objetivos, sem se desviar dos limites impostos pelas condições e preferências de cada investidor.

Nesse sentido, abre-se um grande leque de desejos e alternativas e, então, por que não utilizar índices e seus respectivos ETFs para estruturar carteiras de investimentos que contemplem objetivos tão diferentes?

Uma estratégia

Índices são transparentes, replicáveis e em geral baratos de serem acessados através de ETFs.

Dessa forma, a beleza dessas estratégias utilizando índices está nas milhares de formas diferentes de se combinar exposições para se construir soluções complexas a partir de blocos básicos.

Assim, pense em tijolos ou peças de Lego.

Quantos formatos de casas, edifícios, hospitais, galpões, aeroportos ou estações de trem podem ser imaginados e montados a partir dos mesmos grupos de peças?

Quantos sonhos podem se materializar e problemas serem resolvidos a partir da mesma forma geométrica básica tão simples quanto os blocos de um tijolo?

As vantagens dos ETFs

Investidores precisam montar modelos para diferentes clientes, e os ETFs funcionam não só como posições que podem ser investidas, mas já carregam em si os índices que também são benchmarks para classes de ativos.

Indo além, projetar expectativas de retorno, controlar a liquidez e agilidade operacional são outras importantes vantagens.

A simplicidade de muitos índices/ETFs que, por exemplo, modulem as exposições em ações de determinado país e ponderem pelo valor de mercado das ações, passa longe de significar que os resultados das alocações serão medíocres.

De fato, em vários mercados relevantes, existe uma dificuldade enorme de gestores baterem consistentemente este tipo de metodologia.

Dessa maneira, índices auxiliam na disciplina de investimentos, na retirada de vieses de preferencias individuais e reações exageradas ao noticiário de mercado; são úteis na construção de carteiras porque possibilitam aos investidores focarem nas classes de ativos e setores dentro destas classes, ao invés de focar em micro características de determinada empresa ou título, perdendo o olhar sobre o todo da carteira.

Diversificação é o único almoço grátis

Porém, isto não significa que gestores de alta convicção não possam utilizar índices, muito pelo contrário.

Ao se simplificar parte das alocações com índices, gestores ganham tempo e flexibilidade em sua área de expertise, onde possam gerar mais valor estudando casos em que tenham vantagens comparativas contra os demais agentes de mercado, investindo menos energia no controle e montagem do restante do portfólio.

“Diversificação é o único almoço grátis em finanças”.

Por isso, utilizar índices e seus respectivos ETFs é a forma mais prática de montar seus investimentos de forma diversificada, sem complexidade, custos e perda de escala quando comparamos o investimento nos ativos individuais.

Assim, ETFs são a forma mais prática de se obter exposição a uma gama enorme de índices e classes de ativos sem precisar ser especialista em cada um dos muitos blocos úteis para carteiras de investimentos.

Para 2024, você está considerando algum ETF em seus investimentos?

Com Alexandre Frade, Senior Portfolio Manager na Itaú Asset