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Debêntures ou ações da Hapvida (HAPV3)? Contamos o que descobrimos sobre a melhor escolha
Empresas citadas na reportagem:
Ações da Hapvida (HAPV3) hoje são a melhor opção para quem quer investir na retomada da empresa de saúde? Ou a compra de debêntures é a escolha certa? Especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira apresentam diferentes visões sobre como investir na Hapvida.
Para Marcos Duarte, analista da Nova Futura, a compra de ações é a melhor opção de rentabilidade e mais indicada para investidores menores.
Contudo, Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, diz que debêntures da Hapvida podem equivaler ou até ultrapassar os ganhos com ações da empresa se vendidas no momento certo no mercado secundário.
Veja o que pensam os analistas sobre as ações e debêntures da Hapvida.
Ações da Hapvida (HAPV3)
Embora Marcos Duarte, da Nova Futura, aponte que “o investimento direto em ações é o caminho mais indicado” na comparação com as debêntures, especialmente no curto prazo, é preciso considerar o momento dos ativos.
“Estamos a poucos dias da temporada de balanços na bolsa e precificar agora sem estes números pode trazer um dado que tem uma vida útil curta e (é) errático”, destaca.
Além disso, Gustavo Cruz, da RB, diz que o segmento de ações na bolsa de valores não tem sido a opção preferida de grandes investidores no Brasil.
“A gente tem visto um desejo por ações cada vez menor. Vimos notícias com fundos de pensão na menor exposição histórica (no segmento de ações), abaixo de 10%”, acrescenta Cruz.
“Além disso, pessoas físicas estão preferindo criptomoedas a ações”, destaca o estrategista da RB. Notícia publicada pela Inteligência Financeira indica que cerca de 7 milhões de brasileiros negociam criptomoedas por mês neste ano.
Dividendos da HAPV3
Outro ponto que pesa contra as ações da Hapvida é que ela não paga dividendos desde 2021 pois não tem gerado fluxo positivo.
“Com isso, posso entender que bonificações aos acionistas, se vierem, serão uma surpresa”, diz Duarte.
Debêntures em bom momento
Enquanto Duarte indica debêntures da Hapvida mais para investidores profissionais, Cruz diz que essas opções podem ser uma boa opção no geral. O analista da RB diz que momentos como o atual, de estresse maior no mercado, podem favorecer a negociação das debêntures mais para frente.
“Caso o Banco Central tenha um planejamento bem-sucedido, consiga fechar o ciclo de alta e começar os cortes no final do ano ou no começo de 2026, o investidor pode pegar agora as debêntures nesse momento mais estressado e tê-las valorizadas mais para frente”, diz Cruz.
“Por isso, vender no mercado secundário pode até superar o rendimento das ações”, complementa.
Nova oferta de debêntures da Hapvida
Recentemente, a Hapvida foi ao mercado para captar R$ 2 bilhões. A empresa fez isso via emissão de debêntures. A oferta foi divulgada nesta semana e é a segunda feita só neste ano pela companhia.
Nesse sentido, a empresa de saúde pretende fazer uma readequação do perfil de sua dívida.
Assim, as debêntures pagarão 100% do CDI mais taxa de 1,1% para vencimento em 2031. E CDI mais 1,2% para 2032.
Debêntures e ações da Hapvida: melhores opções em saúde?
Para Duarte, no entanto, a Hapvida não é a melhor opção no setor.
“Temos outras opções mais rentáveis e saudáveis como RDOR3 (R$30,32)”, avalia. Ele também diz preferir opções como Qualicorp, Dasa, Fleury, entre outras.
Mesmo saindo do campo das ações em bolsa, a Rede D’or é apontada como melhor opção pelo analista da Nova Futura.
“Temos o CRI Rede D’or com vencimento em 15 de dezembro de 2038 pagando IPCA + 6,15% ao ano. Serve, inclusive, como exemplo de uma operação de renda fixa versus a valorização de ações”, complementa Duarte.
Contudo, Cruz, da RB diz que Hapvida já se reorganizou depois do questionamento do mercado sobre a expansão. “Atualmente, o mercado está mais confiante na empresa. Isso porque ela não deve ter dificuldades em honrar seus pagamentos”.
A emissão da dêbenture a 100% do CDI mais 1,1% em um período longo (2031) mostra que a empresa conseguiu se financiar a um valor comparativamente mais baixo, “diferentemente do que a gente tem visto no mercado a prazos mais longos”.
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