Goldman Sachs reduz preço-alvo de Americanas, Magazine Luiza e Via, e aumenta de Mercado Livre

Meli continua sendo nome preferido do banco entre os líderes de comércio eletrônico da América Latina

Em relatório publicado hoje, a equipe de análise de varejo do Goldman Sachs elevou em 1% o preço-alvo de Mercado Livre em 12 meses para US$ 1.840 (versus US$ 1.830), após aumento das estimativas dos analistas de vendas totais transacionadas (GMV, da sigla em inglês) para o Brasil, com manutenção da recomendação de compra do papel (listado na Nasdaq). A ação é o destaque positivo do relatório.

Para Magazine Luiza, o novo preço-alvo de 12 meses para as ações é de R$ 8,60 (14% abaixo dos R$ 10 anteriores), a recomendação de compra foi mantida. “O impacto em nosso preço-alvo é resultado principalmente das estimativas mais baixas […]. Para a avaliação (das lojas físicas), foi usada relação entre valor da empresa e lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação de 9 vezes (era 10,5 anteriormente)”.

Sobre Americanas, o preço-alvo de 12 meses para as ações é de R$ 34 (13% abaixo de R$ 39 do relatório anterior), com recomendação de manutenção do papel, a mesma anterior.

As mudanças são explicadas principalmente por um múltiplo de avaliação mais baixo e premissas de capital de giro mais conservadoras.

“Nossa avaliação é baseada em uma meta de EV/Ebitda de 9,9 vezes, frente a 11,6 vezes antes, depois de atualizar o conjunto de empresas para os níveis de negociação atuais”, diz a equipe.

Em relação à Via (Casas Bahia e Ponto), o novo preço alvo é de R$ 3,70 (14% abaixo dos R$ 4,30 anteriores). A recomendação permanece em venda.

“As mudanças em nosso preço são explicadas principalmente por um múltiplo de avaliação mais baixo. Nossa metodologia permanece relacionada com uma avaliação baseada em múltiplos, na qual também incorpora o impacto negativo advindo das despesas judiciais adicionais anunciadas no terceiro trimestre”, escreveu a analista.

“Para nossa avaliação, agora usamos um múltiplo EV/Ebitda de nove vezes (era 10,5) [mesmo índice de Magazine], depois de atualizar o conjunto de pares para os níveis de negociação atuais”, disse.

Mercado Livre continua sendo nome preferido do Goldman entre os líderes de comércio eletrônico da América Latina, pois o banco acredita que a empresa opera um modelo “diferenciado”.

“Acreditamos que o tamanho da empresa, as capacidades em toda a logística de venda de produtos de terceiros, sua posição em termos de tráfego, sortimento diferenciado e cada vez mais sua capacidade de oferecer benefícios ao usuário que vinculem seus ecossistemas de comércio eletrônico e fintech são fundamentais vantagens competitivas”, afirma a equipe liderada por Irma Sgarz

Sobre Magazine Luiza, a equipe diz que reconhece que a empresa enfrenta um cenário desafiador de demanda de curto prazo, o que pode limitar catalisadores de curto prazo para a ação. “No entanto, em uma visão de 12 meses, acreditamos que a [a rede] será capaz de mostrar progresso na construção de uma melhor diversificação de categorias e logística de produtos de terceiros, além de uma recuperação gradual em sua operação de física (principalmente pela base de comparação e com a Copa do Mundo 2022)”, diz o relatório.

A manutenção da recomendação de venda para Via decorre do entendimento do banco que a empresa deve enfrentar desafios como o quarto maior “player” do mercado e que terá que equilibrar escala com lucratividade.

“Reconhecemos que a recente decisão da empresa de passar de um crescimento para um foco de monetização/rentabilidade faz sentido no contexto de uma demanda fraca no ambiente da operação física. No entanto, acreditamos que isso pode ampliar ainda mais a lacuna entre os principais players do mercado e a Via, deixando menos espaço para ela diluir as despesas fixas em torno de pesquisa e desenvolvimento/tecnologia e construção de logística.

O Goldman ainda manteve a classificação neutra para a Americanas. “Acreditamos que a integração de sua base de lojas geradora de caixa com sua operação on-line deu à empresa maior flexibilidade para sustentar os investimentos e defender as decisões comerciais que geram crescimento”, diz o banco, que cita mudanças menos representativas nas taxas de comissão do marketplace da empresa em setores que a Americanas quer crescer, como alimentos.

“Mantemos nosso neutro enquanto monitoramos como a Americanas atua em suas novas fronteiras de crescimento, em especial a operação de varejo alimentar Hortifruti, bem como a loja de conveniência com a BR Distribuidora”.